10 anos depois, Grupo Mello deixa um dos melhores hospitais do país

Foi em jeito de despedida que o Grupo José de Mello Saúde celebrou hoje o décimo aniversário da parceria com o Serviço Nacional de Saúde (SNS) no Hospital de Braga.

Os discursos foram de balanço positivo, com alguma emoção à mistura, como foi o caso do presidente da comissão executiva do Hospital de Braga, João Ferreira, que não conseguir conter as lágrimas no final da sua intervenção. Em todos os discursos a mesma opinião: o Grupo Mello Saúde transformou o Hospital de Braga “num dos melhores do país”.

Dez anos depois há “um sentimento de dever cumprido”, disse Salvador de Melho, presidente do Conselho de Administração da José de Mello Saúde, dando nota de que o Hospital de Braga “é um projecto vencedor”. 

O responsável lembrou o “nível de exigência muito elevado que infelizmente não é pedido a muitos hospitais” para referir que “quem mais beneficiou foram os utentes. Salvador de Mello sublinhou a ligação à comunidade local, algo “sem comparação”, destacando ainda a colaboração com a Universidade do Minho. No final do seu discurso, o lamento do fim da PPP por iniciativa do Estado, “apesar das evidências do mérito” do grupo Mello.

Sem se alongar nas declarações aos jornalistas no final, Salvador de Mello ressalvou que o grupo pretende fazer a passagem de testemunho “com total tranquilidade e em total colaboração com o novo conselho de administração já nomeado e com a Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte)”.

João Ferreira “orgulhoso do que foi feito”

Já o presidente da Comissão Executiva do Hospital de Braga, João Ferreira considera que “não foi o momento mais propício para encerrar esta parceria”, reconhecendo que todas as mudanças “criam insegurança e alguns receios”.

O responsável disse estar “orgulhoso do que foi feito” ao longo destes anos, sublinhando que na última década “nunca se registou qualquer limitação aos cuidados de saúde prestados à população”. “Exemplo disso mesmo é a forma diligente e contínua como foram e continuam a ser tratados todos os doentes, independentemente de mudanças de posição do Estado no financiamento”, ressalvou. João Ferreira disse ainda que a segurança nos serviços de saúde prestados “esteve sempre patente no constante aumento da procura dos serviços, uma procura muito acima das estimativas do caderno de encargos que o Estado apresentou aos candidatos privados para construir e gerir em parceria este Hospital”.

“Braga não aceita nenhum retrocesso no nível de qualidade do Hospital”, avisou Ricardo Rio

Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga voltou a manifestar o seu desagrado com a opção do governo socialista, deixando nota de que todos os bracarenses estarão atentos ao trabalho que se seguirá a partir de Setembro. “Parece-me pouco racional que cada vez mais no nosso país se discuta o modelo em vez de se discutir os resultados, em vez de avaliar aquilo que é o nível do serviço de saúde que é prestado, em vez de avaliar quanto é que isso custa ao Estado do ponto de vista do modelo que é adoptado, está-se a discutir um princípio mais abstracto que é o do modelo concreto de concretização desse serviço”, disse. E continuou:”Não é naturalmente com o foco nas pessoas, não é com o foco nas preocupações com cada um dos cidadãos, nomeadamente aqueles que têm menos alternativas para terem acesso à saúde que se tomam opções desta natureza. Infelizmente é assim que tem acontecido no passado recente”.

Por isso, avisou o autarca, “Braga e os bracarenses não aceita nenhum retrocesso no nível de qualidade a que este Hospital nos habituou ao longo dos últimos anos”, rematou.

A gestão do Hospital de Braga regressa à esfera pública já a partir do dia 1 de Setembro.

Elsa Moura
Elsa Moura

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