10 milhões de euros para instalar centro nacional no INL

Reuniram-se na tarde desta sexta-feira, no INL, em Braga representantes de onze universidades portuguesas e investigadores portugueses e espanhóis, além da vice-presidente da CCDRN para reforçar, junto do governo, a necessidade de investir rapidamente na instalação do Centro Nacional para a Criomicroscopia Electrónica no INL, em Braga. O investimento ronda os dez milhões de euros.

Paulo Ferreira, director da área de microscopia electrónica do INL reitera que este passo “é essencial para o desenvolvimento da investigação ligada às ciências da vida e da saúde e de cura de doenças”. Em declarações à RUM, o investigador referiu que as máquinas que existem no país “são antigas”, o que “não permite aos investigadores fazer trabalho de ponta”, impedindo também a ligação com as indústrias. Actualnente, os investigadores que integram a rede europeia “têm que utilizar estes instrumentos a nível internacional”, explicou ainda o docente.

O INL está já preparado para receber o centro de criomicroscopia, daí ser a localização indicada pela comunidade científica. “Já temos uma infra-estrutura bem definida. Se fôssemos a construir uma sala do zero, numa instituição qualquer portuguesa, estamos a falar, só para a sala, de um investimento de três a quatro milhões de euros. Neste caso poupamos bastante. Por outro lado temos já uma experiência em microscopia”, vincou o responsável.

O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e o presidente da FCT concordam com a instalação deste centro partilhado no INL, mas nesta altura a forma de financiamento ainda não está definida. Paulo Ferreira insiste no impacto brutal deste centro em Braga. “Para além de fomentar o desenvolvimento da ciência em várias áreas, atrai startups, outras empresas, talento a nível internacional, podemos escrever propostas de investigação altamente competitivas. É um investimento que traz muito valor acrescentado a médio e longo prazo”, defendeu.

A partir do momento em que o financiamento de dez milhões seja disponibilizado, as máquinas poderão ser instaladas num prazo de nove a doze meses.