Associação de Joane “grita” contra a violência

Chama-se Projecto Gritar e pretende “meter o dedo na ferida” no que diz respeito a violência.

Nasceu em Joane, no concelho de Vila Nova de Famalicão, em Abril deste ano, com o objectivo de alertar a população para as diferentes formas de violência, através da formação e informação. Com duas mulheres a dar a cara, Susana Vilarinho, advogada, e Cristina Vieira, psicóloga, o Projecto Gritar: Associação para a Erradicação da Violância quer por fim ao flagelo que, só este ano, já matou perto de três dezenas de pessoas em Portugal.

Susana Vilarinho, fruto da profissão, lida, há vários anos, com “situações de menores, mulheres e divórcios”, que lhe permitiram “perceber que havia muitas histórias por contar, muitos silêncios que falam e que devem incomodar”. Preocupada com o flagelo, achou que por falta de conhecimento, muitas vezes, as pessoas não agem porque não sabem como o devem fazer. Por isso, apostam na formação, para que “as pessoas saibam identificar alguns sinais, reagir numa primeira situação de violência” e, a partir daí, “saberem como se proteger”.

Ainda a dar os primeiros passos, o projecto promove workshops, colóquios e acções de formação, adaptados aos diferentes públicos. “É necessária uma mudança cultural”, alerta a coordenadora-geral da associação.

“Em muitos casos, as pessoas nem identificam que estão a ser vítimas de violência”

O conceito de violênca, esclarece Susana Vilarinho, vai muito além da violência doméstica. “Bullyng, violência sexual, no namoro, contra o idoso”, começa por exemplificar a coordenadora, frisando ainda que, em muitos casos, as pessoas nem identificam que estão a ser vítimas de violência, por não estar em causa a violência física. “Ás vezes, há sinais antes e é fundamental que se comece a formar as pessoas para o que não é normal. Por exemplo, o ciúme no namoro , o mexer no telemóvel, o olhar para as mensagens”, apontou.

A coordenadora alerta ainda para as situações que acontecem muitas vezes com os idosos, em que os filhos nem se apercebem de que estão a exercer violência quando, por exemplo, lhes tiram o acesso às contas bancárias.

Susana Vilarinho garante ainda que a associação tem recebido “muito feedback e tem sido bem recebida”, embora reconheça que ainda há muito trabalho a fazer.

O caminho não tem sido feito isoladamente, o Projecto Gritar: Associação para a Erradicação da Violência trabalha em rede, com outras associações, até porque, em alguns casos, é necessário encaminhar as pessoas para associações que lhes prestem apoio adequado.

Susana Vilarinho aponta ainda “o preconceito” associado à mulher como outro problema que deve ser trabalhado.

O ano 2020 será recheado de iniciativas, cujas datas ainda estão a ser fechadas. Em menos de um ano, a associação conta com 50 associados. Os interessados em juntar-se à causa podem tornar-se sócios, pagando uma quota anual de 5 euros, e, para isso, devem contactar a associação através do e-mail associacaoprojetogritar@gmail.com ou na página do Facebook. 

Liliana Oliveira
Liliana Oliveira

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