20 anos da assinatura da Declaração de Bolonha

A Declaração de Bolonha completa 20 anos e trouxe várias mudanças ao ensino superior. Por exemplo, o número de portugueses a estudar noutros países europeus aumentou cinco vezes, e ainda mais do de estrangeiros em Portugal.

Para além da mobilidade dos estudantes, ficam as marcas de modernização do ensino superior e de um reforço da atividade científica.

A adesão de Portugal a este projecto destinado a criar um espaço comum do ensino superior na Europa ultrapassou as expectativas, defende ao DN o ministro do Ensino Superior, Manuel Heitor. “Estamos muito avançados face aos ideais iniciais”, afirma, considerando que “a mobilidade dos estudantes na Europa, como parte de uma cultura associada ao Erasmus”, é uma das marcas de Bolonha.

Desde o início deste século, o número de estudantes portugueses que anualmente dedicam ou um semestre ou um ano a estudar noutra instituição europeia cresceu quase 400%. E o trajecto inverso também aumentou de forma significativa. “No ano 2000, eram cerca de 2500 os estrangeiros em Portugal e 2500 os portugueses que iam para o estrangeiro num semestre ou num ano letivo, num programa do tipo Erasmus”, lembra. “Neste ano letivo estão cerca de 15 mil [alunos de outros países europeus] em Portugal e perto de dez mil portugueses em mobilidade no estrangeiro.” Igualmente significativo, considera, é o facto de estes números terem crescido significativamente “nos últimos anos”.

Ainda assim, em declarações à RTP, Eduardo Marçal Grilo, ministro da altura, reconhece que se podia ter feito mais. Esta manhã em Aveiro, o antigo ministro lamentou que na altura não tenha surgido a ideia “de lançar em simultâneo um projecto como o Erasmus”. Na opinião de Marçal Grilo, “a declaração foi um bocadinho a seco e se tivesse tido este incentivo financeiro tinha avançado mais rapidamente”. No entanto, lembra, o importante é que avançou “e o que é preciso é estar no caminho certo”.

Manuel Heitor, actual ministro do ensino superior, assinala os números recorde nos dias que correm. “Portugal deixou de ser um contribuinte para ser um recebedor de fundos europeus. Hoje temos um valor recorde de 180 milhões de euros da Comissão Europeia anualmente para projectos de investigação e desenvolvimento”, disse. Agora, “o desafio será ter os níveis médios de desenvolvimento europeus em 2030”, salientou.

Os 20 anos da assinatura da Declaração de Bolonha, a 19 de Junho de 1999, são o tema de uma conferência nacional que decorre ao longo do dia de hoje, na reitoria da Universidade de Aveiro.

Com DN e RTP

Redação
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