3ME para renascer primeiros sete séculos de Bracara Augusta

A Câmara Municipal de Braga vai investir cerca de 3 milhões de euros na Musealização da Insula das Carvalheiras. O valor foi adiantado pelo presidente da autarquia bracarense na visita realizada esta terça-feira à área arqueológica das Carvalheiras com elementos da Universidade do Minho, instituição parceira no projecto de valorização, musealização e adequação daquela zona.
Em declarações aos jornalistas, Ricardo Rio anunciou que já foram alocados “alguns milhares de euros para os levantamentos arqueológicos e topográficos”. Numa primeira fase, todos os custos estão a ser suportados pelo município, no entanto, no futuro, o edil não descarta a possibilidade de “submeter uma candidatura a fundos comunitários” caso sejam abertas linhas de financiamento em que o projecto se enquadre.
A obra está a cargo de dois reputados arquitectos espanhóis com longa experiência no que toca à recuperação de vestígios romanos: Ricardo Mar, arquitecto e professor na Universidade de Rovira i Virgili, em Tarragona, e José Alejandro Beltrán-Caballero, arquitecto e Doutor em Arquitectura pela Universidade Politécnica da Catalunha.
De acordo com Ricardo Mar, a ideia passa por “reorganizar arquitectonicamente” o espaço. A Insula das Carvalheiras é o berço dos primeiros “sete séculos de Bracara Augusta”. “Um arquivo extraordinário”, na óptica do especialista, que descreve o projecto como uma “narrativa” que vai mostrar aos bracarenses e visitantes a história de Braga.
Até 2021 o objectivo passa por dar uma ideia real do que estas ruínas eram, com um toque contemporâneo. No local vão surgir dois percursos: um mais curto direccionado para visitantes que não estão interessados numa exposição longa, e outro que irá fazer a ligação com as media arts, em que os visitantes vão visualizar sombras virtuais que vão, por exemplo, demonstrar como era a preparação para os banhos nas termas. No fundo, “as ruínas vão surgir como um elemento explicativo”. No local, onde estava um ringue, vai nascer um parque público que tem como intuito “abrir a Insulas das Carvalheiras à população”.
Depois das intervenções nas Termas da Cividade e da Domus de São João do Souto, a UMinho volta a aceitar o desafio da autarquia bracarense. Para o reitor da academia minhota, Rui Vieira de Castro, esta é uma oportunidade de “construir conhecimento novo sobre conhecimento de natureza arqueológica e arquitectónica, assim como criar condições para jovens de cursos de formação inicial, mestrados e/ou doutoramentos experimentarem a actividade de ser arqueólogo e consolidar conhecimentos”.
O projecto de Musealização da Insula das Carvalheiras vai contar com a participação de aproximadamente 30 estudantes de licenciatura, mestrado e doutoramento do curso de Arqueologia, para além de docentes da academia minhota e outros especialistas.
