60 novas espécies descobertas por investigadores da UMinho

Investigadores do Centro de Biologia Molecular e Ambiental da Universidade do Minho (CBMA) em parceria com a Universidade de Aveiro descobriram 34 novas espécies de invertebrados marinhos nos arquipélagos dos Açores, Madeira e Canárias. Pedro Vieira, investigador do CBMA traz aos microfones do programa UM I&D todas as informações sobre esta descoberta.
75% destas espécies são específicas de cada ilha e no planeta podem existir “mais de 10 mil exemplares deste património genético único a nível global”.
Estes pequenos crustáceos, designados peracarídeos, são tão pequenos do ponto de vista morfológico que “é quase impossível distinguir as várias espécies sem recorrer à ferramenta do ADN”, diz. Apesar do trabalho ainda não ter sido publicado, Pedro Vieira anunciou que, neste momento, o grupo já “contabilizou mais de 60 novas espécies marinhas”.
Basicamente estas espécies praticamente “nasceram, viveram e vivem apenas ali”. O seu papel passa por manter o equilÍbrio nas águas, uma vez que “vão controlando a presença de outras espécies mais pequenas que podem ser problemáticas em grande escala”. Mas também servem de alimento e de bioindicadores de qualidade.
A sua existência apenas nos arquipélagos dos Açores, Madeira e Canárias pode ser explicada através do facto dos “períodos glaciares não terem afectado, há cerca de 20 mil anos, as zonas mais a sul da Europa ao contrário do nordeste atlântico que esteve coberto por gelo”. Segundo Pedro Vieira isto permitiu que as populações marinhas pudessem desenvolver-se e diversificar-se, o motivo para estes três arquipélagos contarem com uma maior diversidade.
O investigador adianta que o facto de estas espécies não serem “larvares” não permite que se dispersem pela coluna de água, logo não conseguem colonizar novos habitats, o que significa que estas “espécies ficam retidas nas áreas em que os juvenis foram libertados”.
