De apeadeiro em apeadeiro, a festa até chegar ao Jamor

A saída está anunciada para as 6h. Junto ao Campo da Feira, dezenas de adeptos anseiam pela partida do autocarro que os levará ao Jamor. Guimarães não cabe nos 220 autocarros que levam parte da comitiva para ver o jogo com o SL Benfica. Há quem faça a viagem de carro por necessidade ou apenas por comodidade. Aproximadamente 380 quilómetros separam Guimarães de Oeiras – município onde está inserido o Centro Desportivo Nacional do Jamor-, mas a meio caminho Antuã e Pombal são apeadeiros obrigatórios.


Na estação de serviço de Antuã são poucos os que param para recarregar energias. Rivalidades à parte, vitorianos e benfiquistas misturam-se para fazerem prognósticos. David Azevedo é quem conduz uma família de vimaranenses que prefere fazer a viagem de carro. Receia que a manhã fria possa trazer a chuva, até “porque a festa ainda mal começou”, revela. Aquecem-se as gargantas com cânticos de apoio ao Vitória SC: “É com orgulho que eu visto branco, é com respeito que me vês”. Cachecóis e bandeiras recolhidas, todos para dentro do carro que ainda faltam 250 km atá à final.

Próxima paragem: Pombal

Com o ponteiro do relógio a bater nas 11h, um grupo de benfiquistas, que viajou desde o Minho, já la estava: junto ao carro, com cervejas e bifanas em punho. Entre o corte do pão e a abertura de “louras” com isqueiro, mostram-se satisfeitos com uma final entre clubes históricos. “Todas as grandes cidades deviam de ter um clube igualmente grande. Lisboa, Guimarães, Braga, Coimbra. Percebe o que quero dizer?”, confessa um adepto acenando a cabeça em jeito de aprovação.

O Presidente da Câmara Municipal de Guimarães também ca está. Domingos Bragança vem ao Estádio Nacional com esperança de fechar a noite a festejar no Toural. Vestido de preto e branco formal, apruma o cachecol do clube enquanto reitera palavras de apreço à massa adepta. Com fair-play, despede-se dos adeptos benfiquistas dizendo: “Não quero bifanas, obrigado. Façam boa viagem. Até já”.

Antes de chegar à mata do Jamor, esticar as pernas na Azambuja

Flávio e Eduarda pararam a 70 km de Oeiras para expulsar a preguiça. Para trás ficaram três horas de viagem que começaram quando ainda nascia o dia em Guimarães. Na estação de serviço de Aveiras, freguesia do município da Azambuja, a chuva não convida a paragens. “A chover, o pessoal prefere ir directo ao Jamor. Falta pouco”.

Tomar café -aqui já é bica-, abastecer de nicotina e idas ao WC são prioridades que têm de ser feitas em cinco minutos. “Vamos lá. Já está tudo na mata”, ouve-se.

Pela A1, os autocarros não param de passar e através do rectângulo da janela adivinha-se uma viagem animada. Ainda faltam quatro horas para o apito inicial, mas já está tudo a pensar no mesmo. 

Por Paulo Costa

Redação
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