CDU quer conhecer todos os gastos da CMB com o estádio

O vereador da CDU em Braga quer que o município apresente “de forma detalhada” todos os encargos com o estádio municipal de Braga. O requerimento foi entregue na reunião de câmara da passada segunda-feira pelo vereador Carlos Almeida.
O comunista afirma que com todas as posições públicas do actual executivo e com os encargos que o Sporting Clube de Braga alega ter com o estádio “é imperativo clarificar” a situação. “Estou um pouco cansado da forma como se tem lidado com este processo. Temos assistido a um anúncio sistemático, que parece que não tem fim. Processos em cima de processos, condenações, sentenças, custos que não se sabia que existiam e passam a existir, despesas de manutenção, portanto queremos de uma vez por todas que a maioria que governa nos responda com clareza às perguntas que fazemos no requerimento”, justificou o vereador.
Quando o consórcio entregou a obra ao município qual era o valor final de custos referentes à construção do estádio? Quais foram os processos judiciais que entretanto surgiram, e das condenações já consumadas, quais são os custos representados? Quais são os processos que estão ainda em curso e que despesas podem advir desses processos? Que se clarifique ‘quem como e quanto representam os custos de manutenção e funcionamento do estádio’. São estas as questões que constam no requerimento.
Carlos Almeida afirma que nas últimas semanas a sociedade bracarense tem assistido a “informações contraditórias” com o município a dizer que não consegue fazer face aos encargos e o SCB a dizer que tem despesas anuais de 750 mil euros só com a manutenção do estádio, fora o que já gastou em ancoragens (2,5 milhões de euros nos últimos dois anos).
Por isso, o vereador na oposição pretende que o actual executivo municipal apresente os custos de manutenção, mas também os relatórios dessa manutenção “para que se perceba o que se faz, quanto custa, se é uma manutenção de limpeza ou estrutural”.
Já o presidente do município bracarense, Ricardo Rio, explicou aos jornalistas que a Câmara de Braga gasta por ano cerca de 200 mil euros com a manutenção do estádio municipal. O funcionamento é suportado pelo SCB. Quanto aos encargos anuais que o município tem de pagar à banca pela construção do estádio rondam os 7,5 milhões de euros.
O autarca lembrou que “uma coisa são despesas de funcionamento e eventuais intervenções de melhoria das questões funcionais do estádio, que tem sido tudo responsabilidade do SCB nos termos do protocolo” e recordou ainda que quando entrou em funções exigiu a colocação de um contador para que fosse o SCB a pagar a factura da luz, alertando que o executivo socialista tinha perdoado ao SCB meio milhão de euros em despesas desta natureza por decisão unilateral de Mesquita Machado.
Quanto à manutenção dos relvados “era a câmara que estava a assumir esse encargo”, o que mudou aquando da doação dos terrenos para a Academia. Rio reafirmou ainda que “se o SCB quiser e chegar a acordo com o arquitecto para instalar novos elevadores, criar novas condições de funcionalidade ou para tornar utilizável o parque de estacionamento que está neste momento vedado, é o SCB que o tem que fazer enquanto utilizador do estádio”.
Referendo local deverá decorrer no início de 2020
O presidente do município bracarense, que há poucas semanas anunciou a decisão de promover um referendo local para decidir se a câmara de Braga coloca ou não o estádio municipal à venda, indicou ainda que esse referendo deverá acontecer apenas no início de 2020.
Em causa as eleições legislativas de Outubro que atrasarão o processo.
Áudio:
Carlos Almeida, vereador comunista explica motivações para apresentação de requerimento
