Atrasos do Estado prejudicam desempenho da UMinho

O último ano não foi sorridente para as finanças da Universidade do Minho, que terminou com um desempenho financeiro negativo na ordem dos 2 milhões 442 mil euros. Este foi o balanço feito na reunião do Conselho Geral em que o administrador da UMinho, Carlos Menezes, apresentou o relatório de contas e actividades da instituição de ensino superior.
Um saldo negativo considerado “preocupante” pelo reitor da UMinho, mas não “especialmente preocupante” uma vez que estes são dados que representam “todo o universo da Universidade do Minho”, como os Serviços de Acção Social e a Biblioteca Lúcio Craveiro da Silva, e na óptica de Rui Vieira de Castro, estas são “unidades que têm capacidade de gerar receitas adicionais”.
Transferências acordadas com o Estado chegam tarde à UMinho
Uma das agravantes das contas da UMinho está ligado ao facto da academia ter regularizado a situação dos vínculos precários dos trabalhadores. Para além disso, em 2018, as transferências acordadas com o Estado chegaram tardiamente e, neste momento, só cobrem cerca de 70% das despesas com os funcionários da academia minhota.
Outra das agravantes está relacionada com os Serviços de Acção Social que fecharam 2018 com um saldo negativo de 282 mil euros.
No que toca a receitas, estas foram superiores em relação a 2017. A academia minhota passou de 129.200 milhões para 129.477 milhões de euros.
Na investigação, a instituição soma 550 projectos que significam um total de 153 milhões de euros.
O Instituto de Investigação em Biomateriais, Biodegradáveis e Biomiméticos é a unidade da UMinho que arrecadou mais projectos de investigação no último ano.
Em relação à “essência da UMinho”, os alunos, houve um crescimento na ordem dos 800 estudantes.
Caminho para reverter a balança
Em declarações à RUM, o reitor adiantou que o futuro passa por arrecadar mais receitas através da “prestação de serviços”. Rui Vieira de Castro destaca o bom trabalho da UMinho nas áreas da formação, educação e investigação, porém, na prestação de serviços, a “academia tem de ser capaz de assegurar uma maior arrecadação de receitas diversificando projectos”.
O administrador Carlos Menezes deixa ainda um alerta quanto à possibilidade de no próximo ano o panorama voltar a ser negativo caso não sejam tomadas as medidas necessárias. O responsável máximo da Instituição de Ensino Superior Minhota caracteriza o alerta como uma visão “cautelosa” tendo em conta a conjuntura actual da economia, assim como no que toca ao cumprimento da parte do Estado dos compromissos com as instituições de forma atempada.
Um alerta para “olharmos com atenção para aquilo que se vai passando à nossa volta, percebendo que toda a despesa tem de ser bem controlada e ter algum género de retorno”, disse.
