Luís Quintais vence prémio literário Correntes D’Escritas

“A noite imóvel”, de Luis Quintais é o vencedor do prémio literário Correntes D’Escritas. O anúncio aconteceu ao final da manhã desta terça-feira no Casino da Póvoa.
Recordando que a formação académica de Luís Quintas é a Antropologia, António Ferreira, do programa Livros com RUM, afirma que “ao longo dos últimos anos” Luís Quintais tem confirmado que “é um bom poeta” e que este “é um bom livro de um poeta maduro”.
“Está bem entregue”, defende António Ferreira que recorda Luís Quintais “não é um poeta que faz exercícios de linguagem”, mas sim um poeta que “usa várias simbologias, nomeadamente modernismo e classicismo de poetas que para ele são incontornáveis”.
Ainda assim, na opinião do autor do programa de literatura Livros com RUM, “Tratado”, de Luís Caramelo, seria a escolha de António Ferreira para o prémio literário da edição número vinte do Correntes D’Escritas.
“O livro mais importante que lá estava a concurso é o Tratado, de Luís Caramelo. Era esse o grande livro porque é aquilo que deve ser o trabalho da poesia como literatura. Um trabalho em que se parte e reparte por vários géneros. Era um grande livro, mas como sempre, prémios são prémios”, atirou António Ferreira.
Qualidade, coerência e exemplaridade dos conceitos justificam escolha do júri
O Júri, constituído por Almeida Faria, Ana Paula Tavares, José António Gomes, Maria Quintans e Marta Bernardes, referiu que “pela qualidade da escrita, a coerência das propostas e a exemplaridade dos conceitos, o júri decidiu, por maioria, a atribuição do prémio a este livro”.
Luís Quintais nasceu em 1968 em Angola. Antropólogo, poeta e ensaísta, lecciona no Departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra. Como antropólogo tem publicado ensaios em diversas revistas da especialidade sobre as implicações sociais e culturais do conhecimento biomédico, em particular sobre a psiquiatria e seus contextos. Desenvolve actualmente investigação sobre as interações entre biotecnologias, arte e cognição.
Como poeta, publicou A Imprecisa Melancolia (1995), Lamento (1999), Umbria (1999), Verso Antigo (2001), Angst (2002), e Duelo (2004), obra a que foram atribuídos o Prémio Pen Clube de Poesia e o Prémio Luís Miguel Nava – Poesia 2005. A coletânea de poesia completa Arrancar Penas a Um Canto de Cisne venceu o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE/C.M. de Amarante 2015-2016.
Áudio:
A análise de António Ferreira, do programa Livros com RUM, a acompanhar na Póvoa de Varzim esta vigésima edição.
