A promoção do interculturalismo está nas escolas de Braga

‘Livres e Iguais’ é o nome do projecto pedagógico lançado hoje em Braga pela Betweien e que deverá percorrer dezenas de escolas secundárias do país ao longo dos próximos meses para promover o interculturalismo.
O músico Carlão surge como principal protagonista da mensagem que pretende eliminar preconceitos, a ignorância e o ódio injustificados. Além dos três capítulos distintos, da autoria de Helena Costa, o livro conta com a colaboração de Carlos Nobre (Carlão) com a letra de três músicas distintas escritas para o projecto. A primeira história do livro aborda a temática do racismo. O segundo capitulo recai sobre o tema da discriminação étnica, no caso, a etnia cigana. Já a terceira história é focada na xenofobia, através de um romance com passagens reais.
Narciso Moreira, da spinoff da Universidade do Minho especializada na implantação de projectos educativos esclareceu que as intervenções nas escolas “decorrerão através das performances musicais de Carlão”, mas também de “performances teatrais e um espectáculo que aborda as histórias que constam no livro ‘Livres e Iguais’. Uma parte da apresentação contará também com pequenas conversas com os jovens das escolas secundárias. “O pontapé de saída foi dado esta terça-feira em Braga e nos próximos dias passará por cinco escolas secundárias, seguindo depois para outras localidades.
O ex ‘Da Weasel’ escreveu três músicas depois do desafio da spinoff da Universidade do Minho. Esta manhã, perante uma plateia de jovens, Carlão explicou a mensagem que pretende transmitir, admitindo o impacto do projecto na sua vida pessoal e na forma como olha para o exterior. “Acho que devemos questionar-nos sempre. Temos uma série de pessoas que são minorias que são discriminadas e cuja voz muitas vezes não se faz ouvir”, alertou. Entre os avisos deixados aos mais novos, Carlão assinala que numa sociedade cada vez mais virtual em que “é cada vez mais difícil ver um telejornal porque seleccionamos a informação que queremos ver ou ler” corremos o risco de “não conhecer os problemas”.
A iniciativa desta manhã no D. Diogo de Sousa contou com a presença de vários jovens do concelho e do vice-presidente da Câmara Municipal de Braga. Firmino Marques destacou a forma como o projecto permite desmontar preconceitos. “É uma forma de, de modo descomprometido, analisarmos questões com que todos os dias somos confrontados”, começou por referir. Na opinião do autarca, “muito se tem feito para diminuir a diferença entre aquilo que seria o ideal e o real”, apontando que o projecto é “mais um caminho para envolver as comunidades escolares que são os promotores da defesa da igualdade e dos direitos de todos”.
Nos próximos dois dias o projecto será apresentado em cinco escolas secundárias do concelho de Braga, seguindo depois para outros pontos do país.
