Coligação e Junta de S. Victor afastadas pela Confiança

O processo de alienação da Fábrica Confiança parece ter afastado o independente Ricardo Silva da coligação Juntos por Braga. Ontem, a tensão foi ainda mais visível, com destaque para o momento em que o deputado municipal Hugo Soares, também presidente da concelhia do PSD disse, na sua longa intervenção, que o presidente da Junta de Freguesia de S. Victor foi convidado pela CMB para discutir o assunto, mas que se recusou a fazê-lo. O social democrata deixou ainda à plateia o recado de que os deputados eleitos pela coligação Juntos por Braga votariam em consciência e liberdade e insistiu na importância da divergência de opiniões, que devem ser respeitadas, para o bem da democracia.
No entanto, as palavras do deputado da AM levaram Ricardo Silva a levantar-se para falar. O autarca de S. Victor respondeu dizendo que “não cede a pressões que lhe queiram incutir” e esclarecendo que foi “chamado para o caderno de encargos da alienação e não para a possibilidade de a autarquia alienar ou não aquele imóvel”. “Gostaria de ser ouvido antes. Sou defensor do diálogo, do debate e da comunicação. Gostaria de discutir as opções que são feitas para a minha freguesia nos termos próprios”, disse. Mais tarde, em declarações à RUM, o presidente de S. Victor alertou que “o diálogo da CMB com as autarquias tem forçosamente que mudar, numa atitude muito mais próxima e num canal muito mais estreito”. Questionado sobre se a cidade de Braga ficou a perder com esta alienação, Ricardo Silva disse apenas que “este processo ainda não terminou”.
A alienação foi ontem à noite aprovada com 44 votos a favor e 29 votos contra. Entre os que rejeitaram a alienação da antiga Fábrica Confiança está o actual presidente da Junta de Freguesia de S. Victor, Ricardo Silva, apoiado pela coligação Juntos por Braga nas autárquicas de 2013 e 2017.
Depois das intervenções de vários cidadãos pela defesa da antiga fábrica na esfera municipal e da mesma defesa feita pelos partidos à esquerda, PSD, CDS e PPM uniram-se pela venda do imóvel justificando essa opção com todos os argumentos apresentados pelo presidente Ricardo Rio desde que, pela primeira vez, ainda em 2016, assumiu a possibilidade de venda daquele edifício.
