Colaboradores da Bosch descontentes com políticas salariais

O Sindicato dos trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Actividades do Ambiente do Norte (SITE NORTE) enviou uma nota de imprensa às redacções onde deu a conhecer a realidade vivida dentro da Bosch de Braga, empresa que labora há mais de 20 anos na cidade e que inaugura esta tarde o seu novo centro de investigação, que contará com a presença da Chanceler alemã, Angela Merkel.
Apesar do crescimento de 37% da empresa, esta apenas atribuiu um aumento salarial de 2% aos colaboradores que o dirigente sindical, Sérgio Sales, caracteriza como “os produtores da riqueza e crescimento da Bosch”, e portanto, este crescimento da empresa “não se reflecte na actualização salarial dos trabalhadores”, refere.
As denúncias continuam e Sérgio Sales afirma que muitos dos colaboradores da instituição encontram-se com vínculos precários. “Assinalamos o investimento que a empresa está a fazer para a criação de postos de trabalho, mas não podemos ignorar que uma boa parte destes postos de trabalho que são criados correspondem depois a vínculos precários. A empresa está a empurrar trabalhadores para turnos que inclusive trabalham no fim-de-semana, gozando esses dias apenas em férias”. O dirigente descreve este horário como “desumano, pois não permite aos funcionários conciliar a vida pessoal com a profissional, e além disso, traz enormes riscos para a saúde psíquica e física dos trabalhadores”.
Segundo o testemunho de Sérgio Sales, “a maioria dos quatro mil colaboradores não está satisfeita com os aumentos salariais que se traduzem em cerca de 40 euros de aumentos sem discriminações, e podem baixar dependendo de uma avaliação que os colaboradores consideram injusta”. Sendo que os trabalhadores não se sentem ouvidos, o dirigente sindical acredita que no próximo dia 9 de Junho muitos destes funcionários vão participar na Manifestação Nacional convocada pela CGTP-IN.
Para este descontentamento contribuiu também o facto da renumeração ser diferente dentro do mesmo turno, ou seja, “a não aplicação de subsídio de turno igual aos trabalhadores de laboral contínua e rotativos que trocam de semana a semana. Uns têm 25% de turno outros 10%, estamos a falar de pessoas que fazem uma semana para receber 70 euros”, explica Sérgio Sales.
Áudio:
Declarações do dirigente sindical da SITE Norte, Sérgio Sales, à RUM.
