Famalicão: o “epicentro” das artes circenses

Foi em 2016 que o norte do país conheceu a primeira estrutura profissional de formação circense. O Instituto Nacional De Artes do Circo (INAC) “chegou, viu e venceu” e, desde o ano passado, assentou arraiais em Famalicão, onde está a formar cerca de 30 alunos vindos de 10 países bem distintos (Reino Unido, Finlândia, Costa Rica, França ou Grécia, para nomear apenas alguns). Aqui não há barreiras, a linguagem corporal é universal e basta para mostrar do que estes jovens são capazes.
O curso profissional, vocacionado para maiores de 18 anos, tem a duração de dois anos e a primeira turma termina a sua formação no próximo mês de Junho, altura em que o INAC conquista a certificação da Federação Europeia de Escolas Profissionais de Circo (FEDEC). Mais um enorme marco na (ainda) curta história deste projecto que começou na Maia (em 2016) e que se mudou para o novo espaço, em Famalicão, o ano passado.
Bruno Machado, um dos directores do INAC, garantiu que a vinda para o município famalicense foi bastante óbvia, à conta da sua “centralidade geográfica”. “Existe nesta região uma enorme criatividade cultural dos mais variados quadrantes, por isso faz todo o sentido estarmos a trabalhar neste território”, acrescentou.
INAC: o “hub” nortenho das artes circenses
Além do curso profissional (que abrirá as inscrições para uma nova turma no próximo mês de Maio), o INAC desenvolve um projecto de âmbito social (Projecto Umportodos), direcionado a pessoas com deficiência, aulas regulares de âmbito lúdico para todas as idades e um conjunto de residências artísticas para “aproximar os alunos dos profissionais do circo de todo o mundo”.
Esta manhã, Paulo Cunha, presidente da Câmara Municipal de Famalicão, passou pelas instalações do INAC no âmbito de mais uma Jornada pela Inovação promovida pelo município famalicense e não faltaram elogios a este espaço formativo. No final da visita, Paulo Cunha disse que o INAC vai colocar Famalicão “no epicentro mundial das artes circenses”.
Bruno Machado não tem dúvidas de que as artes circenses começam a ganhar força no panorama nacional, mas que ainda há um longo caminho a percorrer para afirmar esta corrente artística. “É preciso que os artistas circenses passem a ocupar lugares de relevância cultural e até mesmo política para que as mentes comecem a despertar para o trabalho que é desenvolvido nesta área”, afirmou.
Áudio:
Bruno Carvalho, um dos directores do INAC, fala da importância do território famalicense para o crescimento do INAC
