AAUM quer conhecer “estratégias” para o fim da propina

Manuel Heitor defende que o fim das propinas no prazo de uma década seja “um cenário favorável”, ainda que obrigue a “um esforço colectivo de todos os portugueses”. O ministro do Ensino Superior defendeu políticas que garantam a redução dos custos das famílias com filhos no ensino superior.

Durante a sua intervenção na Convenção Nacional do Ensino Superior 2030, que hoje decorreu no ISCTE-IUL, em Lisboa, Manuel Heitor lembrou os ideais europeus que garantem a frequência do ensino superior sem sobrecarga para as famílias.

Contactado pela RUM, Nuno Reis, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho, diz ver “com muito bons olhos” a afirmação, no entanto frisa que gostaria “que estivesse a ser discutido de que forma estas medidas vão ser implementadas e quais são as estratégias governativas para que isto aconteça”.

“Tem sido uma reivindicação do movimento associativo nacional um ensino superior gratuito, como manda a Constituição da República Portuguesa. Acreditamos que esta discussão devia ser bem mais ampla do que apenas definir ou deixar bases para que daqui a dez anos se façam esforços para que a propina venha a ser zero”, comentou Nuno Reis.


“É a primeira vez que a secretária de Estado vem defender algo desse género”

Durante a sua intervenção na Convenção Nacional do Ensino Superior 2030, o ministro do Ensino Superior, bem como a secretária de Estado, Alexandra Leitão, defenderam que é preciso que mais pessoas entrem nas universidades. A secretária de Estado reiterou ainda que o Ensino superior “é o último serviço público ao qual falta chegar a massificação”, disse ainda que é preciso que mais pessoas entrem nas universidades e põe em causa a limitação de vagas.

Na Convenção, o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, António Fontainha, alertou, mais uma vez, para a necessidade de financiamento.

O presidente da AAUM considera que não se pode tirar “conclusões sobre o Ensino Superior sem discutir o todo, que tem uma premissa muito óbvia que é a questão de existir financiamento para o Ensino superior e que é preciso aumentar”. “Portugal continua apenas a investir apenas 0,38% do PIB no Ensino Superior, o que contrasta com outros países da União Europeia com uma percentagem muito maior de estudantes”, relembrou o dirigente associativo.

Nuno reis defende “o consenso político mais amplo sobre grande parte destas medidas e ao longo de um período de tempo mais alargado, o que permite que estas discussões façam mais sentido, do que apenas serem lançadas desta forma para o público”. “É a primeira vez que a secretária de Estado, depois de inúmeras reuniões com os reitores e estudantes e inúmeros momentos públicos que teve para anunciar medidas, vem defender algo desse género. Ficamos contentes que tragam novas ideias, mas também ficamos apreensivos do porquê de em três anos essas ideias nunca terem sido debatidas”, apontou o presidente da AAUM.

Quanto ao aumento de estudantes no ensino superior, Nuno Reis alerta para a necessidade de um estudo de base para os impactos sociais que a medida pode sustentar.

“A vontade dos estudantes será sempre que toda a gente possa ter acesso ao mesmo, mas existem muitas outras barreiras que têm que ser discutidas”, começou por dizer Nuno, para quem “tomar decisões sobre uma medida destas, sem ter um estudo de base e sem perceber os impactos sociais, seria um erro político”.

Áudio:

Nuno Reis, presidente da AAUM, a propósito dos temas lançados no Convenção Nacional do Ensino Superior.

Liliana Oliveira
Liliana Oliveira

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