Actividade física ajuda a lembrar Dia Mundial das Diabetes

Celebra-se esta terça-feira o Dia Mundial das Diabetes e o Hospital de Braga não foge à regra. A unidade de saúde bracarense promoveu uma sessão informativa, junto de uma população mais idosa, onde foram abordados os factores de risco e sinais de alerta da diabetes, seguida de uma aula de actividade física, factor determinante para “combater” a doença.
Olinda Marques, directora do Serviço de Endocrinologia do Hospital de Braga, foi responsável pela sessão matinal e explicou à RUM que se pretendeu “estimular as pessoas a fazer algo mais pela sua saúde”. A responsável explicou que “a população portuguesa é muito sedentária”, lembrando que, apesar de alguma sensibilidade para hábitos de alimentação saudável, “há um esquecimento em relação ao exercício físico feito de uma forma regular”.
O Estudo da Prevalência da Diabetes em Portugal da Sociedade Portuguesa de Diabetologia indica que 13% da população, entre os 20 e 79 anos, é diabética e cerca de 23% das pessoas entre essas idades tem pré-diabetes, isto é, tem um alto risco de vir a sofrer da doença.
Mulheres no centro da discussão
Num ano em que se dedica este dia às mulheres – em todo o mundo, são cerca de 200 milhões de mulheres que sofrem da doença -, Olinda Marques abordou alguns dos problemas registados entre o sexo feminino, referindo que “o primeiro diagnóstico de diabetes feito durante a gravidez aumentou muito nos últimos dez anos”.
“É um sinal que a mulher de futuro poderá ter diabetes”, afirmou a responsável clínica que referiu que “há uma alta prevalência de grávidas com excesso de peso e obesidade”, lembrando que “esse é um dos principais factores de risco evitável”.
Olinda Marques sublinhou ainda as consequências que isso mesmo tem para as crianças. “As crianças nascidas de uma mãe com diabetes têm tendência a nascer com peso elevado. Sabe-se que uma criança que nasça com mais de 4 Kg pode desenvolver ou obesidade ou diabetes e temos de batalhar face a isto”, referiu a médica que avançou o “número de consultas destas grávidas aumentou significativamente nos últimos anos” no hospital bracarense.
Bombas de insulina comparticipadas são “boa notícia”
Para Olinda Marques, a notícia ontem conhecida de que as bombas de insulina passam a ser gratuitas até aos 18 anos, “significa uma melhora da qualidade de vida dos nossos jovens com diabetes”. A responsável lembra que esta doença “atinge os jovens e crianças e há crianças muito novas que já têm diabetes”. “Elas têm que fazer insulina em múltiplas injecções e as canetas não permitem dar doses baixas. As bombas de insulina tornam-se fundamentais para podermos repartir essas doses e fazê-lo de uma forma mais fisiológica”, explicou.
A médica da unidade de saúde bracarense recordou que “todas as crianças até aos 10 anos, durante o ano de 2017, estão contempladas com uma bomba de insulina. Nos próximos dois anos serão contemplados todos os jovens até aos 18 anos, sendo que para os adultos também há bombas de insulina, ainda que num número mais reduzido”. Ainda assim “esta é uma boa notícia”, reiterou.
Portugal é o segundo país da União Europeia com mais diabéticos, uma doença que mata 10 pessoas por dia no nosso país.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, no mundo, existam 250 milhões de pessoas diabéticas e outras 300 milhões tenham um risco elevado de desenvolver a doença.
