Empresas desvalorizam novo Regulamento de Protecção de Dados

Seis meses depois da entrada em vigor do novo Regulamento Geral de Proteção de Dados, os especialistas alertam para a falta de preparação das empresas e organizações nacionais no cumprimento do diploma.
Filipe Cruz, Gestor de Formação e Coordenador Pedagógico da F3M, considera que a falta de legislação nacional tem levado as empresas a negligenciar a devida preparação, porque não consideram ser uma situação urgente. No entanto, alerta o gestor, podem vir a ser sancionadas, sendo que “as multas pelo regulamento europeu rondam os 2 e os 4% do volume de negócios, os 10 e os 20 milhões de euros”.
“As empresas têm que adaptar os seus procedimentos, a forma de gestão, como pedem, recolhem e tratam os dados pessoais de forma a salvaguardá-los e não estarem completamente expostas ao risco de obterem sanções, porque efectivamente um bocadinho por toda a Europa começa a acontecer”, assegurou.
Em Portugal, apenas “cerca de 10% das entidades têm os processos mais ou menos tratados”.
“Há uma grande franja de entidades que não têm o tratamento devido de dados pessoais, há muitas empresas que nem sequer olharam para o regulamento e há outras que estão numa fase muito embrionária”, explicou Filipe Cruz.
Algumas delas, esclareceu o gestor, limitaram-se a enviar “por e-mail ou mensagem” o pedido de “autorização para tratar dados pessoais, mas isso não quer dizer que estejam a aplicar o regulamento”.
Segundo Filipe Cruz, “as empresas mais preocupadas com a aplicação do novo regulamento são as que reúnem dados sensíveis, como dados de saúde, de menores e multinacionais”. “Na esmagadora maioria dos casos continuamos como estávamos antes do 25 de Maio”, finalizou.
O Novo Regulamento Geral de Proteção de Dados entrou em vigor a 25 de Maio. Seis meses depois, e perante a ausência de legislação nacional, as empresas nacionais revelam-se pouco preocupadas com o cumprimento do diploma.
Áudio:
Filipe Cruz, Gestor de Formação e Coordenador Pedagógico da F3M, alerta para o desinteresse por parte das empresas nacionais para o não cumprimento do novo Regulamento Geral de Proteção de Dados
