Câmara de Braga reage a críticas de Rui Prata

O Município de Braga reagiu, esta quarta-feira, às declarações de Rui Prata e que foram proferidas à RUM dando conta da falta de condições adequadas para a preservação do espólio existente no Museu da Imagem.
O município liderado por Ricardo Rio esclarece que “os arquivos fotográficos que se encontram em depósito no Museu da Imagem encontram-se atualmente nas melhores condições de conservação” e apontou o dedo a Rui Prata dizendo que existiram, de facto, “danos consideráveis por via de infiltrações de água graves, ocorridas entre 2012 e 2013, momento em que o Dr. Rui Prata desempenhava funções como técnico-superior naquele espaço”.
O município acrescenta que vai instalar “o seu arquivo fotográfico nas novas instalações do depósito do Arquivo Municipal, cuja concretização já se encontra em andamento”.
Sobre o facto da inexistência de uma substituição directa no cargo que era ocupado por Rui Prata, o município esclarece que “o Museu da Imagem prosseguiu a sua missão, tendo realizado 16 exposições, com um incremento de 7,5 % em termos de público”. Na nota pode ler-se que se promoveu a abertura do espaço aos bracarenses, dando conta que o Museu se associou “aos principais momentos da vida coletiva de Braga”.
A mesma nota esclarece ainda que há muito que era desejável a separação entre a organização dos Encontros da Imagem e o Museu da Imagem, algo apenas conseguido em 2015, ou seja, a partir do momento em que Rui Prata abandonou funções no Museu.
A nota de esclarecimento termina com a estranheza do município perante a “oportunidade e âmbito destas declarações” acrescentando-se que “é para todos uma evidência, que o dinamismo e as ações desenvolvidas no Museu da Imagem foram incrementadas após a cessação de funções do Dr. Rui Prata enquanto técnico-superior daquela unidade cultural”.
A RUM relata, na íntegra, o conteúdo do comunicado disponibilizado pelo município:
“Na sequência das declarações proferidas pelo Dr. Rui Prata, ex-técnico superior da Divisão de Cultura, e emitidas pela Rádio Universitária do Minho, vem a Câmara Municipal de Braga esclarecer o seguinte:
1. Apesar de, em diversas circunstâncias se intitular como Diretor do Museu da Imagem, cumpre-nos informar que o Dr. Rui Prata desempenhou as funções de técnico-superior do Museu da Imagem e não propriamente de Diretor. A direção do Museu, bem como as orientações gerais para o seu funcionamento, estiveram e estão dependentes da Divisão de Cultura e do respetivo Pelouro da Câmara Municipal de Braga;
2. Os arquivos fotográficos que se encontram em depósito no Museu da Imagem encontram-se atualmente nas melhores condições de conservação, apesar de terem sofrido danos consideráveis por via de infiltrações de água graves, ocorridas entre 2012 e 2013, momento em que o Dr. Rui Prata desempenhava funções como técnico-superior naquele espaço. Dando sequência a alertas provindos da sociedade civil, o Município de Braga procedeu a algumas intervenções no edifício onde se encontra o Museu da Imagem, entre dezembro de 2014 e fevereiro de 2015, nomeadamente ao nível da cobertura, tendo salvaguardado a sala do arquivo fotográfico. Apesar disso, e dada a exiguidade do espaço, de forma a possibilitar o acolhimento de outros espólios visuais, o Município de Braga instalará o seu arquivo fotográfico nas novas instalações do depósito do Arquivo Municipal, cuja concretização já se encontra em andamento;
3. Desde a cessação de funções do Dr. Rui Prata, e mesmo sem substituto designado para o seu lugar, o Museu da Imagem prosseguiu a sua missão, tendo realizado 16 exposições, com um incremento de 7,5 % em termos de público. Destas exposições, cinco foram realizadas com recurso aos Arquivos Fotográficos da cidade de Braga, entre as quais salientamos “A Arcada da Lapa”, “Os Anjinhos da Procissão” ou “O Pitoresco lugar de São João da Ponte”. Foram também realizadas duas parcerias culturais – inexistentes até então – com a Fundação Serralves e com o Arquivo Municipal de Lisboa. A partir da parceria com este último, foi realizado o ciclo expositivo “Braga de Artur Pastor”, com imagens inéditas da cidade nas décadas de 1950 e 1960, que curiosamente se constituiu como a exposição mais visitada de sempre do Museu da Imagem e que deteve um acolhimento extraordinário da parte dos bracarenses.
4. Uma das linhas estratégicas traçadas pelo atual executivo para o Museu da Imagem, devidamente apresentadas ao então técnico-superior, é a abertura daquele espaço aos bracarenses, nomeadamente aos seus fotógrafos e projetos. Nessa sequência, o Museu da Imagem tem-se associado aos principais momentos da vida coletiva de Braga, nomeadamente à Semana Santa, às Festas de São João e à Noite Branca, com exposições temáticas e outras iniciativas culturais adequadas ao momento que a Cidade vive;
5. Outro dos objetivos traçados pelo atual executivo para o Museu da Imagem era a separação clarividente entre este espaço cultural e os Encontros da Imagem, facto que só foi visível a partir de Janeiro de 2015. O Município de Braga é parceiro estratégico daquela iniciativa tendo até reforçado significativamente o apoio financeiro e logístico à mesma (Em 2013 o apoio financeiro foi de 19 mil Euros. Em 2016 o apoio financeiro foi de 28 mil Euros.) Todavia, a organização da mesma iniciativa está confiada a uma associação da sociedade civil bracarense, que era muitas vezes confundida com o próprio Museu, situação que hoje – por motivos óbvios – já não se verifica.
Mais se esclarece que a Câmara Municipal de Braga estranha ainda a oportunidade e âmbito destas declarações, quando é para todos uma evidência, que o dinamismo e as ações desenvolvidas no Museu da Imagem foram incrementadas após a cessação de funções do Dr. Rui Prata enquanto técnico-superior daquela unidade cultural.”
