Sobrevivente do ISIS dá testemunho em Braga

Farida Abbas Khalaf, nome que adoptou para proteger a sua verdadeira identidade do Estado Islâmico, tem 22 anos, é natural do Iraque e yazidi, uma religião perseguida pelo ISIS. Em 2014 a sua vida mudou por completo. Viu o pai e o irmão serem executados à sua frente e foi vendida, espancada e violada por membros deste grupo terrorista. Conseguiu fugir. Está pela segunda vez em Portugal e esta sexta-feira passou por Braga para discursar no 5º Congresso de Investigação Criminal onde se apresenta como “a voz das minorias no mundo”.
A jovem espelha um semblante carregado, os seus olhos transmitem fragilidade e insegurança sendo que nunca mantem contacto visual com os presentes. Aos jornalistas, Farida começou por contar que era uma rapariga normal “que tinha o sonho de vir a ser professora de matemática”, mas hoje tem uma ambição maior, vencer o ISIS. “Não quero que ninguém esteja nesta posição. Eu era uma rapariga simples, mas agora tenho um sonho maior que é ver o Estado Islâmico no Tribunal Internacional de Justiça”. “Não é fácil contar vezes sem conta a minha história, mas ela não é apenas minha é de centenas de outros yazidi”, destaca a jovem.
Para Farida o primeiro passo para vencer o ISIS deve ser o combate às ideologias destes grupos extremistas. Quando questionada sobre o que mudou em si desde aquele dia e se se sente segura, Farida não demora a responder: “muita coisa mudou, não só a minha vida como a minha personalidade. Apesar de tudo hoje sou mais forte, mas não posso dizer que me sinto 100% segura pois, como sabem, os membros do ISIS estão espalhados pela Europa. Ainda continuam em cativeiro cerca de 3.000 reféns e isso significa que não é seguro para mim”, lamentou.
Áudio:
Declarações de Farida Abbas Khalaf, com destaque para a sua história traumática e agradecimentos.
