Roadshow leva ensino superior às secundárias de Braga

A Escola Secundária Carlos Amarante, em Braga, acolheu, esta quinta-feira, a apresentação final do RoadShow 2019. Uma iniciativa da Braga Media Arts, que permite aos alunos do ensino superior apresentar aos estudantes do nível secundário os trabalhos finais ao nível dos sistemas digitais e da interactividade.

“Os estudantes do ensino superior vão às escolas e demonstram aos estudantes do secundário quais as aplicações e as possíveis manifestações artísticas deste tipo de arte, ou seja, o objectivo é mostrar aos alunos que é possível desenvolver arte a partir de código ou programação”, detalhou o coordenador artístico da Braga Media Arts, Luís Fernandes.

Esta é, também, mais uma oportunidade para os estudantes do ensino secundário de Braga contactarem com o ensino superior, “numa perspectiva de carreiras académicas”, que lhes “permite perceber outras potenciais saídas para estudar no ensino superior”. “Estamos a falar, essencialmente, de alunos que têm uma relação com cursos tecnológicos ou cursos com programação informática”, completou Luís Fernandes.

Depois de Playmojil, Bioframe e Raindrop terem sido apresentados, na quarta-feira, na Escola Sá de Miranda, os trabalhos dos alunos da Universidade do Porto, To Another World, GameBox e Caixa Mágica, foram exibidos na Secundária Carlos Amarante.

“São trabalhos que exploram a interactividade e a relação entre o utente e o seu resultado, são instalações interactivas que assumem diferentes formas, algumas são jogos outras tem uma vertente mais musical, mas sempre com uma abordagem muito lúdica, daí ter corrido muito bem em termos de reacção dos alunos”, garantiu o coordenador artístico.

Pelo segundo ano consecutivo, o Roadshow chegou às escolas de Braga e “há uma grande vontade de todas as escolas poderem continuar, de uma forma contínua, com estes programas”. “O nosso objectivo é expandir este tipo de programas em contexto escolar e integrá-los no seu currículo base, mantendo o número de escolas mas variando os estabelecimentos de ensino de ano para ano”, afirmou Luís Fernandes.

O Roadshow 2019 levou os alunos do ensino superior a duas escolas secundárias de Braga. Uma forma de transmitir conhecimentos de alunos para alunos, que a Braga Media Arts espera que continue a crescer em 2020.

Que projectos?

Raindrop

Sistema digital interativo focado na atenção de uma jovem audiência, combinando o elemento de diversão com pensamento crítico. A instalação consistirá na simulação de uma chuva de partículas projetada contra uma parede/tela branca, onde ocorrerá uma construção musical consoante esta interação. Recorrendo a uma câmara Kinect, a figura da pessoa é detetada permitindo a interação com as partículas. A ideia fundamental por trás do desenvolvimento desta instalação é a ideia que tudo na nossa vida tem um impacto e que as nossas ações têm repercussões.

Bioframe

Esta instalação explora o conceito de interpretação de dados biométricos em forma de linguagem visual, estimulados através da exibição de vídeos e áudios. Os dados biométricos serão obtidos através de sensores que medem informações como frequência cardíaca e movimentação corporal, enquanto os registos de vídeo e aúdio terão o objetivo de estimular sentimentos no público. A experiência é coletiva, uma vez que cada utilizador assume um sensor e o sistema faz o cruzamento de dados, que gera um único resultado visual artístico.

Playmojil

A forma de comunicação entre as pessoas tem sofrido diversas alterações ao longo dos anos. Esta instalação pretende aliar duas linguagens expressivas bastante familiares para os jovens – a musical e a visual. Numa parede será projetado um labirinto onde o utilizador irá colocar emojis; nesse labirinto, cada emoji terá associado um som que será reproduzido quando este for intercetado pelo utilizador, que por sua vez será representado por um emoji. O utilizador irá provocar o movimento da sua representação e desta forma criar uma composição musical, ao deslocar-se pelos caminhos definidos pelas paredes do labirinto em direção aos emojis. A instalação terá uma música de fundo que será alterada, dependendo se o emoji encontrado estiver feliz ou triste, zangado ou orgulhoso, etc.

To Another World

A instalação serve como um espaço de abstração onde o espetador toma o controlo do ambiente envolvente. Este “quarto”, localizado no centro da sala, terá paredes feitas de materiais têxteis com projeções de imagens e cores. A instalação terá também sensores dentro do espaço que registam o movimento e o barulho da audiência. Torna-se interativa no sentido em que os comportamentos e movimentos das pessoas serão refletidos no material têxtil e no som produzido pela sala. O objetivo será criar um mundo aparte onde todos possam influenciar o meio através dos seus movimentos e do som que emitem.

GameBox

O projeto consiste num jogo educativo onde os participantes interagem com uma gamebox. O interveniente terá que adivinhar qual a junção de tonalidades que origina a cor do ecrã. Para isso serão disponibilizados botões, cada um com uma cor simples definida. Se o utilizador acertar nas cores corretas, ele irá avançar para o próximo checkpoint e irá ser reproduzido um sample como recompensa. Se sucessivamente ele acertar em todas as cores que vão aparecendo e chegar ao final, o utilizador ganha o jogo e será tocada a musica completa que será a junção de todos os samples tocados em cada checkpoint.

Caixa Mágica

A Caixa Mágica é uma instalação artística interativa, composta por um posto com um microfone de cada lado, com os quais os utilizadores irão interagir através de sopros, e um televisor onde se demonstrará a influência do utilizador na obra. Os utilizadores, ao soprar os microfones, irão acionar no televisor certos movimentos para que em conjunto, tentem movimentar um monte de folhas digitais para o lado direito do televisor. As folhas serão lançadas aleatoriamente em todo o ecrã com a sua trajetória forçada para o lado esquerdo. O objetivo consiste em mostrar que ao trabalhar em conjunto, é possível superar vários desafios.