Um independente pode concentrar acção política nos cidadãos

“Presidentes independentes: qual o impacto das suas governações?” foi o tema que marcou o terceiro dia do 17º Encontro Nacional de Alunos de Administração Pública.
Os estudantes deslocaram-se ao CP1 da Universidade do Minho para ouvir as intervenções de Rui Moreira, Presidente da Câmara Municipal do Porto, Israel Pinto, Presidente da Junta de Freguesia de Priscos e António Tavares, Docente de AP na Uminho sobre este tema.
Aos microfones da RUM, Rui Moreira descreveu que um candidato independente é ser alguém que “não tem os constrangimentos” de ter de seguir a lógica partidária, pode “concentrar” a sua acção política em problemas dos cidadãos e “não tem de se preocupar” tanto com questões de âmbito nacional. Quanto à sua campanha eleitoral, o autarca da cidade do Porto, apontou vários aspectos que tornam a corrida às urnas de um independe mais difícil, como por exemplo a questão financeira.
“A coisa fundamental para uma pessoa ser eleita é ser conhecida” – Rui Moreira
“O facto de eu já ser conhecido ajudou-me, se eu não fosse conhecido teria de ter gasto o dinheiro que não gastei e que não tinha, a coisa fundamental para uma pessoa ser eleita é ser conhecido. Na parte financeira fiz uma campanha de marketing barata, ou seja, fazer uma coisa que não custa dinheiro, andar a pé. É baratíssimo”, realçou.
Numa perspectiva mais académica António Tavares, professor de Administração Pública na UMinho, indicou que os candidatos independentes surgem de duas formas. “Ou é alguem que não foi escolhido pelo seu partido, zanga-se e cria o seu movimento independente. O outro tipo de candidato é alguém que advém da experiência de associações e essa experiência é capitalizada para tentar a sorte, digamos assim, ao entrar na vida política. Estes últimos candidatos têm uma natureza diferente dos que são já políticos”, explicou.
O docente acredita que estas palestras e o “contacto” dos alunos com profissionais da área é “extramamente útil”, pois transmite a realidade do que um dia poderão enfrentar no mundo do trabalho.
“Não queremos ser beneficiados, mas também não queremos ser prejudicados” – Autarca da freguesia de Priscos
Israel Pinto, Presidente da Junta de Freguesia de Priscos, alertou para o facto de serem necessárias “alterações de direitos” para candidatos independentes. “Há todos os mecanismos existentes no processo eleitoral que os partidos têm direito e os movimentos independentes não. Um desses direitos é ao financiamento, existe esse direito a uma candidatura municipal ou de freguesia e que atinja um certo valor de percentagem de voto. Os movimentos independentes pequenos como o nosso não têm capacidade financeira, partem logo à partida em desvantagem. Nós não queremos ser beneficiados, mas também não queremos ser prejudicados”, vincou.
Áudio:
Rui Moreira, Presidente da Câmara Municipal do Porto, Israel Pinto, Presidente da Junta de Freguesia de Priscos e António Tavares, Docente de AP na UMinho em declarações à RUM.
