Do futebol feminino ao esports. As promessas de Júlio Mendes

Estender a academia do Vitória SC até 2022, aumentar o orçamento, criar a modalidade esports e futebol feminino. Foram estas algumas das promessas feitas pelo recandidato às eleições do Vitória Sport Clube, Júlio Mendes. O actual presidente do clube minhoto apresentou esta segunda-feira à noite o seu programa eleitoral a cerca de 600 associados.
Júlio Mendes avançou que, caso seja reeleito, pretende passar a percentagem das receitas televisivas, de publicidade e bilheteira de 36% para 65% e diminuir de 57% para 28% o peso das vendas de jogadores. “Este ano fizemos um grande investimento mas as coisas correram mal” admitiu. Quanto ao orçamento, Júlio Mendes quer “o cenário B, chegar os 20 milhões, cenário que tem o rival do Minho, que começou com o negócio empresarial 15 anos antes de nós”, avançou.
Ainda assim, Júlio Mendes admitiu: “vamos ter sempre que vender jogadores”. “Mas, somos ambiciosos e queremos fazer sempre melhor. A SAD 1.0 tem que se transformar em SAD 2.0. Temos 40% do capital da SAD. Temos que exercer a nossa pressão para aumentar o capital da SAD, ou então alguém tem que permitir que outros entrem para investir no negócio do futebol e crescer. É fundamental para o crescimento. Tecla que vamos carregar com muita força”.
O candidato avançou ainda que quer ainda criar um percurso museológico, em parceria com a Turismo Porto e Norte; implementar um novo paradigma de comunicação; “andamos seis anos a resolver problemas e deixamos de ouvir os sócios. Fomos inábeis na forma de comunicar com os sócios”, admitiu. Para colmatar esse “erro” quer também criar uma aplicação – Vitoria Live, onde os sócios terão “o vitória no bolso”, com jogos em directo das várias modalidades e pagamento de quotas, por exemplo.
Júlio Mendes pretende ainda criar um Provedor do Adepto, dirigido pelo antigo cobrador José Vieira e uma comissão do centenário para preparar as comemorações, que acontecem em 2022, composta por José João Torrinha, André Coelho Lima, Esser Jorge, Cordeiro da Silva, César Machado, Raul Rocha e José Luís Machado.
Vitória é um clube “volátil” e “a culpa não é de ninguém”
O objectivo do actual presidente, que se recandidata para um terceiro mandato, é pôr um ponto final a um ciclo de um clube que é “volátil”, diz o candidato. “Não tivemos capacidade de manter os nossos melhores talentos. Hoje teríamos capacidade para ser campeões. Temos que ter condições para ultrapassar a dificuldade de volatilidade do Vitória. Não quero que fiquem com a ideia que estamos preocupados apenas com o dinheiro e não queremos saber do futebol. É que não se mete arroz em casa se não houver dinheiro para comprar na mercearia”, comparou.
Para o recandidato, o Vitória Sport Clube é um clube volátil “e a culpa não é de Júlio Mendes, nem de nenhum preisdente, mas é um problema complexo de um clube que depende muito da venda de jogadores”, lamentou.
Na apresentação, o presidente falou sobre a recente derrota por 0-5 frente ao Sporting de Braga, dizendo “fomos humilhados e peços desculpa por isso”. Júlio Mendes disse ainda que irá usar o sentimento de revolta pelos recentes resultados no futebol como força para as eleições. “As escolhas que fizemos no início da época pensamos serem as mais acertadas, mas o futebol é cruel”, disse.
O candidato sublinhou ainda que se têm levantado muitas calúnias e mentiras contra si nas redes sociais e que irá lutar contra isso. Fazendo referências a um grupo dos G5 – composto por Sporting de Braga, Futebol Clube do Porto, Sporting Clube de Portugal, Sport Lisboa e Benfica e Vitória Sport Clube – o candidato fez várias comparações de orçamentos e infraestruturas, acrescentando ainda que a ideia de apuramento para a Liga dos Campeões “é uma treta”, com alusão a Júlio Vieira de Castro.
Na sessão, discursaram também o antigo autarca vimaranense António Magalhães, Alberto Costa campeão nacional de Kickboxing e José Veira, antigo cobrador. As eleições para os órgãos sociais do Vitória Sport Clube acontecem a 24 de Março.
Áudio:
Júlio Mendes quer um clube “menos volátil”
