Confiança.”Esta decisão não muda praticamente nada”

O presidente do Município de Braga considera que a decisão de classificação da antiga Fábrica Confiança, por parte do Conselho Nacional de Cultura, “não muda praticamente nada”. Depois da confirmação conhecida esta sexta-feira, Ricardo Rio afirma à RUM que a intenção de vender o imóvel se mantém. “A decisão política de alienar o imóvel mantém-se. A abertura deste procedimento não equivale a um procedimento de classificação. O resultado que o Conselho Nacional de Cultura determinou tem a ver com um estudo que vai ser feito”, lembrou.
Apontando para quatro resultados possíveis – classificação como monumento nacional, classificação como imóvel de interesse público, classificação de interesse municipal ou não interesse de qualquer classificação – Ricardo Rio reconhece que há condicionantes “imediatas”, mas quanto a uma eventual classificação de âmbito nacional, que “passaria a co-responsabilizar também o próprio Ministério da Cultura pela salvaguarda do património”, o autarca assume que “não seria algo negativo”.
Ainda assim, Ricardo Rio considera que só pode esperar por uma classificação “coerente” com a posição a de 2003. “Não posso esperar nada que não seja coerência com a posição assumida em 2003. Se quando o edifício estava em melhor condição não se considerou que havia valia nacional, seria quase caso para perguntar quais as motivações para tal ocorrer, quando o edifício está potencialmente mais degradado”, notou.
O processo de alienação já estava suspenso tendo em conta a providência cautelar interposta por um conjunto de cidadãos. Com este processo de avaliação de classificação do imóvel, o estudo do imóvel deverá prolongar-se por longos meses.
Questionado sobre uma eventual classificação por parte da tutela, Ricardo Rio lembra que mesmo nos classificados, como as Sete Fontes, e outros imóveis, “não tem havido qualquer disponibilidade financeira da parte do Estado”.
A Plataforma Salvar a Fábrica Confiança, que iniciou este processo de pedido de classificação, reage com alegria a esta nova fase. Cláudia Sil, porta-voz da Plataforma, afirma que a decisão comprova que “só o município de Braga” não dá valor ao ultimo edifício da memória industrial do concelho.
Áudio:
A reação do presidente do município de Braga
