Sampaio da Nóvoa sugere mudança do conceito de ensino

Foi através de uma espécie de “aula aberta” de mais de duas horas que António Sampaio da Nóvoa analisou, na manhã desta terça-feira, o sistema de ensino em Portugal.

O ex-reitor da Universidade de Lisboa, doutorado em Ciências da Educação, traçou uma visão integrada da escola portuguesa nas comemorações dos 30 anos da lei de bases do sistema educativo em Portugal celebradas pelo Instituto de Educação da Universidade do Minho. Considerou que o ensino terá obrigatoriamente de caminhar num outro sentido daquele que foi trilhado até aqui, explicando que a educação deve apostar, essencialmente, na diversidade e diferenciação.

“A estrutura do nosso sistema de ensino precisa de ser revista, até porque foi construída a partir do sucessivo aumento da escolaridade obrigatória”, considerou Sampaio da Nóvoa que salientou que “agora é necessário dar-se uma maior identidade ao primeiro ciclo e secundário”.

O doutorado considerou ainda ser essencial “dar-se uma nova identidade às próprias escolas” que se devem marcar pela “diversidade e diferença” que devem fazer parte do sistema educativo nacional.

“A política dos agrupamentos esvaziou a identidade das nossas escolas”, sublinhou ainda o professor universitário que foi o convidado especial deste debate promovido pelo Instituto da Educação da academia minhota.

Utilizando aquilo a que chamou “capilaridade educativa”, António Sampaio da Nóvoa pediu, no seu discurso, mais abertura para as escolas nos próximos anos a diversas realidades como “instituições familiares, locais, movimentos sociais, etc, porque essa será uma das novas realidades do século XXI”.

Tendo por base a ideia de “reforço do espaço público da educação”, Nóvoa explicou a necessidade da aplicação de muitas reformas na forma de ensinar no nosso país. “Com esta escola que formatamos nos últimos 150 anos, naquela sala de aula, com aquele quadro negro, com aquele mobiliário e com aquela estrutura, não conseguimos fazer educação para o século XXI”, realçou, reforçando que a “educação deve estar baseada no conhecimento, numa escola de criação e de diálogo”.

Sem retirar importância do papel dos docentes, António Sampaio da Nóvoa diz ainda que a transmissão do conhecimento nesta nova escola que deve emergir terá, também ela, de mudar. A palestra do ex-reitor da Universidade de Lisboa cativou a atenção de mais de uma centena de professores, investigadores e alunos, que hoje comemoraram, no Instituto de Educação, os 30 anos da lei de bases do sistema educativo em Portugal. 

Daniel Silva
Daniel Silva

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