Nuno Reis e as prioridades na gestão de fundos europeus

O presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) considera “assustador” que as bolsas de estudo nas universidades sejam pagas, em grande parte, por fundos comunitários que chegam a Portugal para outros fins. Nuno Reis falava durante a nova rubrica da RUM, “PoR UMa Europa Melhor”, a propósito das Eleições Europeias de 26 de Maio.
O estudante lamenta que o Ensino Superior (ES) em Portugal esteja “extremamente dependente de fundos comunitários”. “O último dado que temos é que 68% das bolsas de estudo são pagas pelo fundo social europeu. Não é simplesmente um motivo para reflectir. Isto assusta mesmo. Estamos na margem de um novo quadro comunitário, este quadro de 2020 foi usado muitas vezes de forma enviesada para pagar salários e bolsas que eram responsabilidade do Estado, quando o dinheiro devia ser para desenvolvimento regional”, alertou.
“Se calhar é por isso que não se construíram residências universitárias”
O presidente da AAUM considera que boa parte dos fundos comunitários para o Ensino Superior deixaram de lado o verdadeiro propósito. “Se calhar é por isso que não tivemos residências construídas, se calhar é por isso que não reabilitamos espaços educativos e cantinas. É assustador pensar que de um momento para o outro pode deixar de haver dinheiro do fundo social europeu para bolsas de estudo. Como é que ficamos?” questionou o representante dos estudantes.
“Programa Erasmus não pode deixar ninguém de fora”
Ainda no Ensino Superior, o presidente da AAUM considera que os candidatos portugueses ao Parlamento Europeu devem bater-se também por um programa Erasmus “que não deixe ninguém de fora” dando a oportunidade a todos os estudantes que queiram, de ter “pelo menos uma experiência”. Nuno Reis refere que que ainda “há entraves que são muitas vezes criados pelas próprias instituições”, cursos em que a UMinho não tem protocolos com determinadas universidades”, exemplificou.
“ES precisa de encontrar mais pontes entre desenvolvimento regional e academias”
Nuno Reis considera também que o Ensino Superior precisa de encontrar “mais pontes entre o desenvolvimento regional e as academias”, frisando também que já há bons exemplos, como a UTAD e a UMinho. “A Europa pode ser o braço armado para pegar nos fundos de desenvolvimento territorial e dotar cada vez mais as universidades com a missão de desenvolver a região onde estão inseridas”, defendeu.
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