Automóveis gastam mais do que o prometido

Os carros andam a gastar mais combustível do que o que é anunciado pela indústria automóvel. Na Europa o prejuízo por esta diferença ronda quase 150 mil milhões de euros.

Desde o ano 2000 os portugueses gastaram mais mil e 600 milhões de euros do que é prometido na publicidade das diferentes marcas. Em toda a indústria automóvel, há uma diferença média de 42% entre o consumo real e o prometido pelas marcas.

Só no ano passado, em Portugal, foram gastos mais 264 milhões de euros do que seria gasto se o consumo fosse aquele que é prometido.

Os dados constam do Relatório da Federação Europeia dos Transportes e Ambiente apresentado esta terça-feira em Bruxelas.

A melhoria da eficiência no consumo de combustível está a ficar muito longe do que é publicitado pelas marcas. Uma melhoria de apenas 10% desde o ano 2000.

Ao olhar para os dados agora conhecidos, Mário Frota, da Associação Portuguesa de Direito do Consumo diz, em declarações à RTP, que estamos perante uma enorme fraude e avisa que quem se sentir defraudado pode recorrer aos tribunais.


Mário Frota diz que a Associação Portuguesa de Direito do Consumo dará apoio a quem quiser levar o caso à justiça e considera que os responsáveis não podem ficar impunes.

As contas feitas pela Federação Europeia dos Transportes e Ambiente mostram que o prejuízo infligido aos consumidores europeus é mais do dobro do valor do empréstimo da “troika” a Portugal em 2011.


Custou aos condutores europeus um extra de 149,6 mil milhões de euros nos últimos 18 anos


Só em 2017, por causa dessa manipulação, os portugueses gastaram mais 264 milhões de euros em combustível extra. Vista à escala europeia, a manipulação ascendeu a um gasto extra de 23,4 mil milhões de euros, quase tanto quanto os portugueses tinham gastado no ano anterior em alimentação.

A federação tem como objetivo promover a nível da União Europeia (UE), mas também do resto do mundo, uma política sustentável de transportes, minimizando impactos nocivos para o meio ambiente e para a saúde e maximizando a eficiência dos recursos. É apoiada por 58 organizações de 26 países da Europa, incluindo as ambientalistas portuguesas ZERO e Quercus.

Nesta manipulação, de acordo com o estudo, os mais lesados foram os automobilistas alemães, com 36 mil milhões de euros desperdiçados desde 2000, seguidos dos britânicos (24,1 mil milhões), dos franceses (20,5 mil milhões), dos italianos (16,4 mil milhões) e dos espanhóis (12 mil milhões).

O que foi pago a mais pelos condutores portugueses desde 2000, 1,6 mil milhões de euros, é superior aos gastos totais das famílias portuguesas durante um ano em educação, nota a organização ambientalista ZERO.

RTP e SIC

Áudio:

Declarações de João Branco, da Quercus, e Mário Frota, da Associação Portuguesa de Direito do Consumo

Redação
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