Dois dias de luto municipal em Braga pela morte de Sousa Fernandes
O presidente da Câmara Municipal de Braga decretou dois dias de luto municipal pelo desaparecimento de António Sousa Fernandes, ele que foi presidente da Assembleia Municipal de Braga durante vários mandatos, tendo assumido mesmo a presidência da Câmara Municipal de Braga entre Junho e Novembro de 1983.
Era ainda sacerdote, foi professor universitário e socialista convicto. Concorreu mais recentemente à presidência da concelhia socialista em Braga e foi também provedor do utente no Hospital de Braga. Faleceu vítima de doença prolongada na unidade de saúde onde estava internado há vários dias.
Em declarações à Universitária, o presidente da autarquia, Ricardo Rio assinala que “é uma decisão tomada pela representatividade institucional que o Padre Sousa Fernandes teve na cidade, merecedor deste reconhecimento”.
Quando começou a exercer funções políticas em Braga enquanto deputado municipal, era o Padre Sousa Fernandes o presidente da Assembleia Municipal. Ricardo Rio recorda “uma relação de muita simpatia, de muito respeito e de muita amizade e admiração recíproca”. “Ele era de facto uma pessoa extraordinária como é fácil perceber também pelas reacções que fomos tendo à sua partida. Era uma personalidade que marcou as últimas décadas na cidade de Braga, não apenas no plano político, mas seguramente também no plano social, cultural e educativo”.
Depois de concluir o percurso liceal no antigo Liceu Sá de Miranda, em 1961, António Sousa Fernandes terminou o curso de Teologia no Seminário Conciliar de Braga, tendo-se ordenado sacerdote. Seguiu depois para Lisboa, onde se licenciou em Direito, tendo feito cursos de pós-graduação em França e nos Estados Unidos da América.
A sua formação abrange ainda o campo da música, tendo frequentado o curso geral de órgão do Centro de Estudos Gregorianos, em Lisboa, e os de violino e canto na Escola Calouste Gulbenkian, em Braga.
Entre 1967 e 1970 desempenhou funções no Tribunal Eclesiástico de Braga. Entre 1969 e 1975, foi advogado e lecionou no ensino particular.
Em 1975, entrou na Universidade do Minho como assistente na Unidade de Ciências da Educação, departamento onde chegou a professor associado. Assumiu ainda funções como presidente do Instituto de Estudos da Criança.
A sua tese de doutoramento, defendida em 1992, intitulou-se “A centralização burocrática do ensino secundário”.
A missa exequial será celebrada estaTerça-Feira, 27 de Agosto, às 15 horas, na Igreja de São Pedro e São Paulo do Seminário Maior, em Braga.
