ANEM pretende combater falta de especialistas; Nova líder é da UMinho

“Uma das grandes prioridades pela qual a Associação Nacional de Estudantes de Medicina [ANEM] se tem debatido, especialmente neste último ano, é o planeamento integrado dos recursos humanos na saúde. É uma bandeira que pretendemos manter em 2020”. Mar Mateus da Costa, finalista da Universidade do Minho e membro da direcção desde 2016, toma posse este domingo, às 19 horas, como nova presidente da ANEM. O momento solene decorre na Escola de Medicina, no Campus de Gualtar.

O número de candidatos sem vaga para especialidade no Serviço Nacional de Saúde tem aumentado ano após ano, sendo que, entre 2015 e 2019, o valor variou entre 114 e 1200. Em declarações à RUM, a futura representante dos estudantes de Medicina do país alertou para o facto de a situação poder piorar. “As vagas de especialidade são cada vez mais reduzidas proporcionalmente ao número de estudantes que concluem o mestrado em Medicina”, refere.


Mar Mateus da Costa explica que “a integração dos médicos sem especialidade no mercado de trabalho e na prática clínica acontece de forma menos preparada do que com médicos que tenham acesso à formação especializada”, defendendo que a qualificação dos recursos humanos são a base para um SNS “mais sustentável”.



ANEM exige acções concretas do Governo


A associação que representa 12 mil estudantes de Medicina, divididos por oito escolas, entregou em Novembro perto de 3 mil cartas ao Governo a pedir a criação de um observatório de planeamento de recursos humanos na saúde. “Aguardamos agora as respostas finais do Ministério da Saúde. Comprometeu a dar-se a esse trabalho”, actualiza o ponto de situação.


Para Mar Mateus da Costa, “a culpa do estado do SNS” tem sido “chutada de um lado para o outro” e, por isso, pede que seja promovida uma “interdisciplinaridade mais eficaz” entre os ministérios da Saúde e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, responsáveis pela integração dos recursos humanos no sector. “Pretendemos colaborar activamente com o Governo no próximo ano para que o observatório seja levado a cabo e que sejam tiradas conclusões válidas”, acrescenta.


Aperfeiçoamento da Prova Nacional de Acesso em estudo


Outro dos desafios para o mandato de 2020 é a consolidação da Prova Nacional de Acesso (PNA), estreada em Novembro passado, substituindo o exame Harrison, que vigorou durante cerca de 40 anos. Mar Mateus da Costa refere que “ainda não há uma avaliação formal” da nova prova, mas adianta que já foram detectados alguns pontos negativos, que têm de ser devidamente estudados”, e que a ANEM tem colaborado com o gabinete da PNA com o intuito de tentar satisfazer as preocupações dos estudantes de Medicina.


Pela terceira vez, um aluno da Universidade do Minho é presidente da Associação Nacional de Estudantes de Medicina, depois de Cláudia Melo, no ano lectivo 2007/2008, e de Alberto Silva, em 2015.  “O curso de Medicina na Universidade do Minho é relativamente recente, comparando, por exemplo, com as escolas do Porto, Lisboa e de Coimbra. Lembro-me que quando entrei muita gente não sabia que existia um curso de Medicina em Braga”. 


Segundo Mar Mateus da Costa, esta eleição pode “projectar a Escola de Medicina junto da comunidade”, de forma a colocá-la “no panorama do ensino médico em Portugal e de forma descentralizadora no Ensino Superior”.


A nova líder da associação nacional tem 24 anos, é natural de Setúbal e está no sexto e último ano do mestrado integrado em Medicina, no qual está a desenvolver uma dissertação sobre neurociências. Organizou a iniciativa ‘Minho Medical Meeting’, presidiu o Núcleo de Estudantes de Medicina da UMinho, em 2017, e na ANEM foi senadora, tesoureira e, neste último ano, presidente do Conselho Fiscal.

Tiago Barquinha
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