Oposição prevê mais gastos devido ao prolongamento da obra do Mercado

O novo Mercado Municipal deverá estar concluído até 30 de Maio de 2020. A data prevista inicialmente apontava a abertura das portas para o final do mês de Janeiro, mas, esta segunda-feira, em reunião do executivo municipal, foi aprovado o prologamento de 126 dias, passando assim de 300 para 426, no total.
A proposta mereceu a abstenção dos partidos da oposição.
O Partido Socialista questionou o executivo sobre o impacto que o prolongamento da obra, de “pelos menos dois meses”, terá nos custos de manutenção do mercado provisório. Segundo Helena Teixeira, acrescem cerca de “160 mil euros ao milhão já previsto”. “No total, a obra já vai perto de 6,5 milhões”, realçou a vereadora socialista, que lembrou ainda que aos custos do mercado poderá acrescer a indemnização que o empreiteiro pode pedir “pela manutenção do estaleiro para além do prazo contratualizado”.
Carlos Almeida, da CDU, considera ainda que “o prologamento da obra vai obrigar a estender o prazo e os custos do mercado provisório, que não são pequenos, mas também o custo da própria obra”.
“A prolongar-se quatro meses o prazo de conclusão da obra terá impacto nos custos finais. Já tivemos dois contratos adicionais, que fizeram aumentar o custo em cerca de 700 mil euros. Estou, infelizmente, muito convencido que teremos outros contratos adicionais, que irão impor mais custos”, apontou ainda o vereador da CDU. Para Carlos Almeida, este “é um processo que está a ser conduzido de uma forma que está a ter impactos bastante negativos para o município”.
“Prorrogação do prazo não põe em causa a intenção de em altura do S.João já ter o Mercado Municipal em funcionamento”
Ainda a propósito do prolongamento do prazo da obra, Carlos Almeida fala de “impactos negativos para os próprios comerciantes”, que diz não estarem “a trabalhar nas melhores condições, que são precárias, e mais quatro meses tem um impacto significativo naquilo que são as condições de trabalho de toda esta gente, devendo causar alguma apreensão”.
Ricardo Rio relembra que “desde meados do ano passado que, face ao prazo original, inícios de 2020, havia necessidade de efectuar algum atraso por força daquilo que fomos descobrindo com a execução da obra”. “Foi um projecto que esteve em funcionamento praticamente até ao arranque das obras e daí que não fosse possível fazer alguns estudos estruturais que com a obra em execução detetaram algumas patologias, que fizeram até alterar o projecto. Prorrogação do prazo não põe em causa a intenção de em altura do S.João já ter o Mercado Municipal em funcionamento”, garantiu o autarca.
Mercado provisório foi “opção política” e não entra nas contas do mercado municipal
O PS defende ainda a inclusão dos custos do mercado provisório nas contas finais do mercado municipal. “Entendemos que existiriam outras opções que seriam menos onerosas para o município, já que temos na cidade vários espaços vagos, edifícios comerciais vazios e poderíamos realocar os comerciantes para esses espaços em vez de termos as tendas no centro da cidade, que acrescem ao custo da obra um milhão de euros, e é muito dinheiro”, frisou Helena Teixeira.
O presidente da Câmara discorda da posição dos socialistas. Ricardo Rio frisa que o mercado provisório foi “uma opção política” e, por isso, não deve ser incluído no custo total do mercado municipal. O autarca lembra ainda que o objectivo do executivo foi “dar continuidade ao trabalho dos operadores localizados no mercado”. “Podíamos ter interrompido a actividade, conseguimnos esta solução que julgo ter sido positiva, porque o mercado tem funcionado muito bem, tem registado um acréscimo de procura e os prórios operadores estão bastante satisfeitos”, disse ainda o autarca, que defende que o custo do mercado se fixa, actualmente, nos 5,5 milhões de euros.
