A análise de Denicoli às eleições no Brasil

Mais de 140 milhões de eleitores brasileiros vão hoje às urnas para a primeira volta das eleições presidenciais. 

Bolsonaro lidera as intenções de voto. Ainda assim, face aos resultados das últimas sondagens, a expectativa é uma segunda volta entre Bolsonaro, do PSL e Haddad do PT. “Teria de percorrer um caminho longo para a eleição numa primeira volta”, começa por analisar Sergio Denicoli, director da agência de análise de dados AP/Exata. “É difícil que não haja uma segunda volta, apesar de o PT “estar muito desgastado, principalmente por causa dos escândalos de corrupção”, aponta.

Bolsonaro começou a ser conhecido em 2013, como um candidato “honesto e apropriado para acabar com o sistema de corrupção no Brasil”, disse à RUM o também investigador da academia minhota.

A internet e a religião são apontados como dois dos pontos fortes na estratégia de Bolsonaro nestas eleições presidenciais no Brasil. “Nesta recta final conseguiu apoios importantes na comunidade religiosa” dando-lhe uma visibilidade muito grande”, explicou o especialista em entrevista à RUM.

Além disso, o ataque de que foi alvo durante a campanha, fez com que recolhesse ainda mais simpatia no seio dos eleitores. Segundo Sergio Denicoli, “a campanha não foi reduzida” depois desse mesmo ataque que o deixou várias semanas no Hospital. Com dois filhos na política, o trabalho no terreno pela campanha do candidato do PSL continuou, assim como nas redes sociais. “Observamos que o sentimento de raiva e tristeza sobressaiu muito naquele período. Tudo se reverteu em comoção, dando a Bolsonaro alguns pontos a mais nas sondagens. No hospital ele esteve bastante mediático”, analisou.

Sergio Denicoli dirige a empresa de análise de dados AP/Exata. É antigo docente da Universidade do Minho e actual investigador do Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade. Está nesta altura no Brasil onde tem trabalhado diferentes dados deste período eleitoral na internet.