A ciência explicada pelos pequenos cientistas do INL

Experimentar para partilhar. Um ano foi suficiente para 110 pequenos cientistas do Agrupamento de Escolas de Real aprenderem que a ciência é partilhar e questionar. O projecto “Try to Share”, desenvolvido pelo INL em parceria com a Universidade do Minho, coloca as crianças a desenvolverem experiências científicas e actividades em laboratório, tendo por base o método científico, definindo objectivos, material, procedimentos e conclusões de cada experiência.

Hoje, cientistas de palmo e meio montaram uma conferência em pleno jardim do INL. Os resultados do primeiro ano de trabalho -“Try to Share” tem a duração de dois anos- foram mostrados hoje. Apresentaram posters, fizeram demonstrações científicas e responderam às perguntas da audiência.

Para quem não sabe, a Francisca, de 8 anos, explica que a forma de um objecto influencia a flutuação, que as plantas transpiram e que é possível provar isso cientificamente. Estas crianças têm feito muito com pouco. Têm percebido, “acima de tudo, que ser cientista é poder contribuir para o avanço da sociedade, algo que está ao alcance de todos”. Marisa Passos foi uma das investigadoras do INL que acompanhou o projecto de literacia científica. Partilhar informações e educar para a ciência foram alguns dos objectivos que o INL viu concretizados.

“Queríamos melhorar estas experiências que eles já têm de base e ajustar pequenos detalhes do método científico. A Universidade do Minho facilitou a digitalização de protocolos para que eles pudessem fazer um outdoor lab. Não queremos que façam a ciência apenas em sala de aula, mas também em contexto familiar e com colegas. A ciência é isso: partilha do conhecimento”, explica.

Com o “Try to Share”, professores e familiares também aprendem. A opinião dos docentes do Agrupamento de Escolas de Real é generalizada: “O projecto é fantástico”, refere o professor responsável, José Barroso. Parte dessa opinião é influenciada pela componente prática e tecnológica que a iniciativa agrega. “A parte prática é uma carência de vários agrupamentos de escolas. Este é um problema há muito identificado”, frisa.