AAUM classifica como “anedótico” anúncio de seis camas para 2019/2020
A Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM) acusa o Governo de “irresponsabilidade” e antevê o agravamento do problema já identificado no que respeita ao alojamento estudantil nas cidades de Braga e Guimarães. Em comunicado, o presidente da AAUM, Nuno Reis, classifica como “anedótico” o anúncio do Governo de criação de mais seis camas para todos os estudantes da Universidade do Minho e outras instituições de Ensino Superior nas cidade de Braga e Guimarães.
Em declarações à Rádio Universitária do Minho, Nuno Reis afirma que a direcção que continuar a ter “um papel construtivo” nesta matéria, mas refere que os estudantes vão ter que “tomar medidas para que se consciencialize a comunidade, mas em geral os governantes, que é preciso a implementação de medidas urgentes e não apenas continuar a estabelecer prazos para 2021 e em 2021 passar a estabelecer planos para 2022, porque é isso que tem acontecido sucessivamente”.
Estudantes universitários que vivem nas cidades de Braga e Guimarães têm cada vez mais dificuldade em arranjar alojamento, quer pela escassez da oferta, quer pela subida dos preços das rendas nas referidas cidades
“Com base no passado recente e num contexto em que, contactadas inúmeras imobiliárias e os próprios serviços de alojamento da AAUMinho, o aumento médio das rendas no sector privado poderá ascender a mais de 50% nas cidades de Braga e Guimarães e onde a escassez de oferta é mais do que evidente, é seguro dizer
que estamos perante um estado de emergência, para a qual as entidades governativas académicas,
locais e nacionais tiveram inúmeros avisos e sugestões”, pode ler-se no comunicado.
O estudante revelou ainda à RUM que a própria agência imobiliária da AAUM – Place Me – “já praticamente não tem camas para o início do ano lectivo”, quando ainda nem começaram a chegar os pedidos de alunos que vão entrar. “Isto vai chegar a uma situação que eu não quero classificar ainda como caótica, mas que sabendo o que aconteceu no ano passado, vai ser certamente muito complicado lidar com esta situação”, avisou.
O presidente da AAUM refere que “não é justo que os estudantes continuem a pagar pela falta de planeamento dos governos”. “Não é justo que se colham louros de situações que deveriam envergonhar uma classe política
ineficiente e ineficaz”, continuou.
AAUM vai apresentar iniciativas de sensibilização para o tema no 1º dia de matrículas
Na próxima segunda-feira, primeiro dia do ano letivo 2019/2020, a AAUM está a convocar “todos os
interessados para estarem presentes numa conferência de imprensa”, junto à Estátua do Prometeu,
no Campus de Gualtar da Universidade do Minho, às 12h00, onde apresentará a posição e
as iniciativas de mobilização em torno do tema do alojamento estudantil.
