AAUM diz que “não há margem” para aumentar propinas
Para Bruno Alcaide, presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), a manutenção do valor da propina no próximo ano lectivo é sinal de que “é preciso reflectir sobre as políticas de financiamento das instituições de ensino superior”. À RUM, o presidente da AAUM, disse ainda que “é preciso perceber qual o verdadeiro propósito da aplicação das propinas”. “Foram criadas no sentido de trazer uma garantia de maior qualidade ao ensino superior, mas o que se tem verificado é que têm servido para suportar o funcionamento das instituições de ensino superior”.
Bruno Alcaide disse que “não existe margem para haver um agravamento do valor da propina na Universidade do Minho (UMinho)”. “Esta é uma das regiões mais afectadas pela crise económica do país e este debate (sobre o valor das propinas) vai ser lançado no Conselho Geral”, acrescentou. O presidente dos estudantes do Minho dá como exemplo a Universidade do Porto (UP), que recentemente aprovou a manutenção do valor da propina nos 999 euros, “valor mais abaixo daquele que é praticado na UMinho, que está fixado nos 1.037 euros”.
A semana passada, o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas disse que esta medida apresentada pelo PCP para a manutenção do valor de propina das Instituições de Ensino Superior para o ano letivo 2016/2017 é “totalmente errada” porque, segundo o CRUP, “não são 5 euros por ano que fazem a diferença para ninguém, nem para entrar nem para sair do ensino superior”. Bruno Alcaide discorda das contas apresentadas e diz que, com esse aumento anual à conta da inflação, o propósito das propinas seria desvirtuado. “No caso da propina máxima o aumento seria de cinco euros, mas no caso da propina mínima o aumento seria de cerca de 30 euros, o que faria toda a diferença nos orçamentos das famílias”, disse.
Para o presidente da AAUM, a manutenção do valor das propinas é um sinal claro de que é preciso debater sobre as políticas de financiamento das instituições de ensino superior.
