Academia industrial quer aproximar UMinho das empresas

Universidade do Minho, Câmara Municipal de Guimarães e empresas vimaranenses querem unir esforços e criar uma academia industrial, de forma a que o conhecimento ultrapasse as paredes da Universidade e chegue aos recursos humanos das indústrias de Guimarães, que, esta sexta-feira, assinaram o memorando de entendimento.

Na mira está potenciar o desenvolvimento económico da região através do projecto I9G, que foi hoje apresentado, em Guimarães.

Uma ideia que merece o elogio do ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, que esteve presente na apresentação do projecto, que considera “um exemplo muito interessante de uma colaboração mais estreita entre município, universidade e empresas”.

“A capacidade de levarmos o conhecimento que se produz nas nossas universidades para as nossas empresas é uma condição decisiva para ganharmos a batalha da produtividade”, acrescentou o ministro.

Para Siza Vieira, “as empresas precisam de pessoas mais qualificadas e mais investigação para desenvolverem produtos mais inovadores”.

De Guimarães parte um bom exemplo do “novo tipo de desafios que os municípios têm que reorientar. “É um modelo que vamos ver replicado no futuro, com mais frequência”, sublinhou o governante.

A Universidade do Minho mereceu também o elogio de Pedro Siza Vieira, que considera que a instituição tem assumido “um papel essencial”.

“Estou convencido que muito do processo de transformação e reposicionamento da nossa indústria, nos sectores tradicionais nos mercados internacionais, passou pela intervenção da UMinho, que transformou esta região”, ministro Pedro Siza Vieira


Os elogios do ministro estendem-se também ao tecido empresarial, “que claramente percebeu que os desafios do novo mundo passavam pela inovação e pela capacidade de interagir com os centros de conhecimento”.

Foto: Nuno Cerqueira

Guimarães foi também merecedora de atenção no discurso do governante, que posiciona o concelho como “protagonista no desenvolvimento económico, em colaboração com as empresas e instituição, e, mais uma vez, pioneiro num caminho importante a seguir pelo país”.

“Este é um momento singular na história da economia portuguesa”, garantiu.

Para aumentar a capacidade organizacional e o conhecimento das empresas, contribuindo para a criação de emprego altamente qualificado, que permita a atracção e fixação de novos talentos na região. Com o desenvolvimento de novos produtos e serviço, o objectivo passa por reforçar o valor para a economia nacional, tornando-a mais competitiva e capaz de suportar melhores salários e melhorar a qualidade de vida da população.

Com o I9G, explica Domingo Bragança, autarca vimaranense, aproveita-se a “universidade excecional” que Guimarães tem para que as “empresas tenham uma formação constante e contínua, para que sejam especializados no que estão a fazer, seja formação para os operários, trabalhadores qualificados ou aos próprios empresários”.

UMinho quer continuar a qualificar recursos humanos para ajudar no desenvolvimento da região e do país 


Do lado da UMinho, o reitor, Rui Vieira de Castro, enalteceu “o papel fundamental” que os centros de conhecimento vão assumir”. “Em alguma medida o sucesso do projecto há-de ser medido pela capacidade efectiva de geração do conhecimento adequado e da incorporação desse conhecimento nas empresas”, apontou o representante máximo da academia minhota.

Rui Vieira de Castro frisou, na sessão, que “a interação com a sociedade” é, de resto, um dos aspectos levados em conta na missão da instituição.

“O desenvolvimento das pessoas, da região e do país não é menos relevante e central do que as outras áreas de actividade. Assumimo-lo como motor de desenvolvimento e uma das formas que temos para o fazer é assumir uma relação muito forte ao tecido económico e às empresas”, apontou Rui Vieira de Castro.

A UMinho, garante o reitor, quer “continuar a ter um papel activo na formação e qualificação de recursos humanos, absolutamente necessários para suportar o processo de desenvolvimento da economia” por isso a academia “tem vindo a reforçar a ligação com as empresas através de parcerias”.

Na Universidade do Minho há “o conhecimento e a experiência” necessários para deixar a convicção “de que este projecto é um passo importantíssimo”, que vai “ter desenvolvimentos muito significativos no futuro, que se vão traduzir no desenvolviemnto do país, da região e na criação de melhores condições de vida”.

“Sem fundos comunitários não fazemos nada”

Ora, o imóvel que vai dar corpo à academia está escolhido. Fica em Pevidém, no antigo edifício industrial, e vai custar aos cofres municipais “800 mil euros”.

O negócio está pronto a avançar, mas, alerta Domingos Bragança, está dependente de fundos comunitários, porque em causa não está apenas a sua aquisição, mas a reabilitação e adaptação, bem como o funcionamento do projecto de aceleração para a indústria 4.0 no futuro.

“Sem fundos comunitários não fazemos nada”, garantiu o autarca.

O investimento total do projecto ronda os “200 milhões de euros” e, segundo o ministro, a tutela “gerindo os sistemas de incentivo europeus, os instrumentos financeiros que as instituições do ministério da Economia colocam ao serviço das empresas e trabalhando com os benefícios fiscais, podem obviamente apoiar este investimento, numa região muito dinâmica que merece o apoio”. 

Foto: Nuno Cerqueira

Áudio:

Ministro Pedro Siza Vieira, Rui Vieira de Castro, reitor da UMinho, e Domingos Brangança, autarca vimaranense, a propósito do I9G

Liliana Oliveira
Liliana Oliveira

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