ACIG tenta evitar insolvência com venda do edifício

A Associação Comercial e Industrial de Guimarães (ACIG) colocou à venda o edifício situado na Rua da Rainha Dona Maria II. O presidente, Filipe Vilas Boas, afirma que é a única saída alternativa para impedir a insolvência da estrutura.
Com uma dívida superior a três milhões de euros, atrasos no pagamento de salários e um Processo de Revitalização (PER) em curso, a direcção, empossada em Maio de 2018 e presidida por Filipe Vilas Boas optou por colocar à venda o antigo edifício, com um valor base de três milhões e duzentos mil euros, como confirmou o próprio, em declarações à Universitária, esta quarta-feira. “Tentamos por todos os meios evitar esta situação, é o último reduto, como se costuma dizer, é vender os anéis”, começou por explicar. “Deparamo-nos com situações de dívida que não estavam devidamente apuradas e outras consequências derivado ao incumprimento de alguns projectos comunitários em que tivemos de fazer reposição de verbas”, continuou.
Com mais de 400 associados, a direcção da ACIG procurou o apoio dos mesmos, mas não foi possível responder por essa via ao problema financeiro, lamentou ainda aquele responsável que diz que colocar o edifício à venda é a última alternativa.
A proposta visa vender o edifício, mas num modelo em que o comprador possa manter com a ACIG um contrato de arrendamento “com a possibilidade de aquisição no final”. A estimativa da direcção passa assim por “reestruturar a dívida num prazo de trinta anos”.
O presidente da ACIG disse ainda à RUM que o desequilíbrio está relacionado com “apostas que correram menos bem” por parte da anterior direcção. Recusando baixar os braços, Filipe Vilas Boas assume a continuidade da escola como uma das preocupações centrais na resolução deste problema financeiro. “Temos o 9º ano e os cursos de 10º, 11º e 12º. É o nosso maior problema neste momento, queremos salvaguardar os direitos dos alunos e a continuidade do ensino”, assumiu.
O edifício da ACIG está à venda por três milhoes e duzentos mil euros. A direcção não conhece, por enquanto, qualquer interessado.
Caso a venda não se concretize, o plano B e último plano é mesmo a insolvêcia. Filipe Vilas Boas explicou que se não fosse a submissão do PER, “nesta altura a ACIG já nem sequer existia”.
“Ou vendemos o edifício nas condições que estão apresentadas, mais coisa menos coisa, ou então temos mesmo que apresentar a insolvência em Tribunal”, concluiu.
As propostas devem ser remetidas ao Administrador Judicial provisório, entre os dias 1 e 23 de Agosto. Segundo o anúncio da venda, a sessão de abertura das propostas recebidas em carta fechada encontra-se agendada para o dia 26 de Agosto, pelas 10h00, na sede da ACIG, decorrendo até ao dia 31 de Agosto as diligências de negociação particular.
