Agricultores portugueses com projectos a mais para o sector

A Confederação dos Agricultores de Portugal reclama mais investimento para a agricultura portuguesa. Numa altura em que o sector “está em crescimento”, o volume de projectos que se candidata a receber fundos de apoio está a “crescer significativamente” e nem todos poderão ser aprovados como aconteceu no passado.
A situação preocupa os cada vez mais agricultores portugueses. Assim, o aumento de verbas para a agricultura nacional é essencial, assumiu esta quarta-feira, em Barcelos, João Machado, presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).
“Há um número de projectos de investimento candidatos a fundos públicos que é maior que as verbas que estão no Programa de Desenvolvimento Rural 2020, ainda que estas verbas tenham o mesmo valor do PRODER. Isso significa que há cada vez mais gente a querer investir o que não é, necessariamente, mau”, explicou o responsável na conferência de imprensa que se realizou em Barcelos.
Foi aí que assumiu que “a agricultura é, de novo, uma tendência em Portugal”. “Esta é uma renovação geracional e do nível educativo destes novos agricultores, algo que faz com que se vire a página do sector, mas isso leva a mais projectos, sintoma de que o sector está vivo. Era bom é que houvesse mais dinheiro”, reclamou o presidente da CAP. E o panorama a médio prazo não deixa boas perspectivas, porque, “a este ritmo, na medida de investimento a exploração, para sete anos, 93% da verba está ocupada em apenas dois anos”, exemplificou. Face a este problema, João Machado assume que “não haverá reforço de apoio por parte da União Europeia, mas poderia haver via Orçamento do Estado”.
João Machado ressalvou o impulso que foi dado à agricultura pelo anterior Governo e sublinhou que o sector, apesar de não ter uma “balança financeira” equilibrada, é responsável por 20% das exportações nacionais, algo que representa mais de 10 mil milhões de euros. Um crescimento que se tem veriicado com maior incidência nos últimos anos – 500 milhões por ano – e que vai permitir equilibrar a “balança” em 2020.
