Alberto Martins recorda momento que despoletou Crise Académica

O Largo do Paço acolhe esta quarta-feira, às 18 horas, a apresentação do livro “Peço a Palavra”. A iniciativa está englobada no périplo de actividades associadas aos 50 anos da Crise Académica de Coimbra, que estão a ser assinalados este mês pela Universidade do Minho.
A obra foi escrita pelo vimaranense Alberto Martins, que era o presidente da Associação Académica de Coimbra em 1969. De acordo com Henrique Barreto Nunes, vice-presidente do Conselho Cultural, o livro conta a “história da crise académica vista por um dos principais protagonistas”. “Foi o homem que ousou, de cara levantada, enfrentar o regime e interpelar o Presidente da República, Américo Tomás, numa sessão solene para a qual estava impedido de utilizar a palavra”, recorda.
Henrique Barreto Nunes acrescenta que Alberto Martins “pediu a palavra para apresentar as razões dos estudantes para criticarem a universidade que frequentavam e que Américo Tomás repentinamente abandonou a sala”. Esse acontecimento despoletou a crise académica de 1969, com “uma cadeia de reacções que provocaram a primeira e única greve aos exames que se verificou nas universidades portuguesas no regime fascista”.
Além da presença do autor Alberto Martins, que foi posteriormente ministro da Reforma do Estado, da Administração Pública e da Justiça, o livro vai contar com a análise de Wladimir Brito, professor da Escola de Direito da Universidade do Minho.
