Alteração ao contrato colectivo do comércio prevê aumento salarial de 2%

Redefinição das categorias profissionais e aumento do salário e do subsídio de alimentação dos trabalhadores. Estas são as principais alterações previstas no acordo de revisão do contrato colectivo de trabalho do comércio do distrito de Braga, que foi assinado esta terça-feira, na sede da Associação Comercial de Braga (ACB).
Sem sofrer mudanças há dez anos, este documento prevê, além da actualização da tabela salarial, com uma subida anual de 2%, e do valor referente às refeições, alterações em algumas categorias de trabalhadores, como, por exemplo, a diferenciação dos motoristas de transportes, que, à luz dos termos anteriores, estavam apenas na categoria geral de motoristas, e o acrescento de outra ligado às Ciências da Computação.
Estas mudanças vão reflectir-se nos trabalhadores das empresas ligadas às várias associações comerciais do distrito de Braga, sendo que as negociações com a CESAHT – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios, Serviços, Alimentação, Hotelaria e Turismo e com o CESMinho – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços do Minho foram encabeçadas pela ACB.
Além das alterações referidas, o presidente Domingos Macedo Barbosa destaca que haverá novas condições de remuneração do trabalho extraordinário, com o objectivo de “conferir uma actualização de maior flexibilização nas relações de trabalho” abrangidas pelo acordo.
“Consideramos que o futuro da contratação colectiva se afigura promissor, sendo expectável que assuma um paradigma de maior modernidade, estabilidade e previsibilidade”, acrescenta, mostrando-se “satisfeito” pelo acordo alcançado.
Sónia Ribeiro (CESMinho): “As negociações não se esgotam”
Mesmo com o alcance deste entendimento, Domingos Macedo Barbosa garante que será mantido “o diálogo necessário” com os sindicatos, de modo a “dar continuidade à modernização deste importante instrumento de regulamento das relações de trabalho”. A partir de agora, está prevista a revisão anual do contrato.
Já a presidente da CESMinho, que representa os trabalhadores, também enaltece que há “pontos a rever no futuro” e que “as negociações não se esgotam” com este acordo. “Queremos que as condições efectivas dos locais de trabalho sejam melhoradas”, exemplifica.
Apesar disso, Sónia Ribeiro enfatiza a “capacidade que houve para negociar entre ambas as partes”, depois de um “período de estagnação de uma década que foi muito mau para o sector”. As conversações começaram em janeiro e foram divididas por cinco reuniões.
O contrato actualizado será enviado durante este mês para a Direcção Geral do Emprego e das Relações do Trabalho e está previsto que seja aprovado e, consequentemente, entre em vigor duas semanas depois.
TBG
