Alterações Climáticas em debate no Laboratório da Paisagem

O Laboratório da Paisagem em Guimarães foi esta tarde palco de debate sobre as alterações climáticas. Sob o desígnio “Alterações Climáticas e Cidades Resilientes”, a iniciativa, organizada pela Ordem dos Enfermeiros – Região Norte, serviu para vários especialistas apresentarem soluções no âmbito da descarbonização. Entre os estudos desenvolvidos esteve o contributo dos edifícios para a neutralidade carbónica ou os sistemas e materiais inteligentes para as cidades do futuro.
Na sessão de abertura, antes das apresentações, discursaram responsáveis da Ordem dos Engenheiros. Poças Martins, presidente da Ordem dos Engenheiros – Região Norte, falou na importância da sua classe nas alterações climáticas. O responsável sublinhou que a sociedade está a ser confrontada, actualmente, “com água que ameaça, destrói, e mata”, antes de esclarecer que o papel dos engenheiros tem de ser transformado.
“Até aqui, os engenheiros foram muitas vezes levados a encarar a engenharia como uma vitória sobre a natureza mas hoje não é assim. Hoje temos de ter uma engenharia a conviver com a natureza”, enfatizou, acrescentando que “a tecnologia e os engenheiros vão ajudar a sociedade a ultrapassar o grande desafio das alterações climáticas”.
Foi também sobre a tecnologia que o delegado distrital de Braga da Ordem dos Engenheiros, António Carlos Rodrigues, versou o seu contributo. O responsável referiu que os engenheiros têm “um poder equivalente ao de Deus”, prosseguindo que “o engenheiro pode fazer o bem uma forma muito mais rápida e barata”. O delegado rematou o seu discurso lembrando que os resultados das investigações de hoje “só serão conhecidos daqui a 20 anos”.
Domingos Bragança lança desafio aos engenheiros
O presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, marcou presença na sessão. O autarca falou dos desafios das alterações climáticas que começam a surgir e assinalou a importância de ter uma cidade com “mobilidade eléctrica e suave”, lembrando que os novos autocarros a serem adquiridos serão movidos a electricidade.
Bragança lançou, por fim, um desafio aos engenheiros relativamente à eficiência da utilização dos veículos eléctricos: “Precisamos dos engenheiros para resolver o problema do carregamento dos que querem ter um veículo eléctrico e que não podem perder tempo, durante meia-hora ou uma hora, a carregá-lo. Temos de aproveitar as horas nocturnas, em que a energia é mais barata”, sugerindo a implementação de tomadas nos prédios de habitação colectiva.
Áudio:
O papel dos engenheiros na optimização da mobilidade eléctrica foram temas lançados na sessão
