António Ferreira, do livros com RUM, diz que Nobel da Literatura é um “escritor fora do comum”

Peter Handke é o vencedor do Prémio Nobel da Literatura 2019 e António Ferreira, autor do programa da Universitária Livros com RUM, considera-o um “escritor fora do comum”. O Comité do Nobel da Literatura justificou a distinção ao austríaco pelo seu “trabalho influente que, com engenho linguístico, explorou a periferia e a especificidade da experiência humana”.
O especialista em literatura na RUM corrobora o epíteto da academia e considera que a “leitura de três livros” de Peter Handke servem para “a demonstração de estarmos perante um escritor fora do comum”. António Ferreira lembra que o autor austríaco tem obra no teatro, na poesia e até no cinema e destacou, no vasto espólio do autor, o livro Uma Breve Carta para um Longo Adeus. Uma edição que é uma “espécie de depuração da linguagem, parecendo um lugar comum que não é” tratando-se, assinala António Ferreira, de um “livro extraordinário, sobretudo se lido em alemão”.
O prémio Nobel da Literatura 2018 foi também hoje atribuído. A galadoarda foi a polaca Olga Tokarczuk, apenas a décima quinta mulher a ser distinguida com o prémio. A academia sueca justificou a atribuição do Nobel pela “imaginação narrativa que, com paixão enciclopédica, representa o cruzamento de fronteiras como forma de vida” da escritora.
Desafiado a comentar a distinção, António Ferreira admite que desconhece boa parte da obra de Tokarczuk, visto que os livros da escritora só este ano foram traduzidos para português. Ainda assim, o autor do programa Livros com RUM assinala o trabalho da autora sobre a xenofobia e o nacionalismo vividos na Polónia há 20 anos mas ainda hoje muito presentes.
