Armando Osório desafia RUM a homenagear Luís Novais

Armando Osório defende uma verdadeira homenagem da RUM e da Universidade do Minho (UMinho) a Luís Novais, presidente da Associação Académica que liderou o processo de legalização da Rádio Universitária do Minho em 1989 e que entre outros marcos recuperou – também há trinta anos – o nome das festividades do Enterro da Gata do Liceu Sá de Miranda, para as festas anuais da academia minhota. Luís Novais lançou ainda o traje da UMinho.
O desafio foi lançado esta quarta-feira, no arranque da emissão comemorativa dos 30 anos da Rádio Universitária do Minho nas novas instalações, no gnration.
O antigo administrador dos Serviços de Acção Social foi até o motorista dos estudantes que em 1989 viajaram de Braga para Lisboa, “em cima da hora na tentativa de entregar todos os documentos necessários para dar início ao processo de legalização da pirata Rádio Universitária do Minho”.
No 10 de Julho de 1989, ao início da tarde, Luís Novais, na altura presidente da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM), ligou a Armando Osório pedindo que os transportasse até Lisboa onde às 18h00 desse mesmo dia terminava o prazo para entrega de documentação tendo em vista a legalização de rádios piratas de todo o país.
Licenciado na UMinho em História e Ciências Sociais desde 1992, e actualmente a realizar um doutoramento também na academia minhota, Luís Novais foi ainda responsável pela recuperação do nome ‘Enterro da Gata’ para as festividades dos estudantes da UMinho e o primeiro estudante a vestir o traje que a instituição viria a reconhecer como o traje académico dos estudantes dos campi de Gualtar e Azurém.
“Os estudantes da UMinho devem muito a Luís Novais”
Por tudo aquilo que Luís Novais representou pata a história da academia minhota, Armando Osório começou a intervenção, nas novas instalações da RUM, a sugerir que os estúdios agora inaugurados no gnration, “tivessem um local chamado Luís Novais”, e citou até Confúcio para dizer que “só podemos planear o futuro estudando o passado”.
Armando Osório afirma que os estudantes “devem muito a Luís Novais”, responsável pela instituição do primeiro traje próprio das universidades modernas em Portugal. “A UMinho foi a primeira a criar um traje próprio, que depois todas as outras novas procuraram de uma maneira recriar o seu traje”, recordou. O antigo administrador sublinhou ainda que Luís Novais, enquanto presidente da AAUM, “repescou as festas do Sá de Miranda, o Enterro da Gata”. “Era uma pena que morresse esse título, e ele foi buscá-lo”, ressalvou.
A propósito do traje, Sérgio Machado dos Santos, reitor da UMinho em 1989 e também um dos convidados de ontem na emissão da RUM, lembrou o momento em que viu Luís Novais e outro colega estudante vestidos com o traje proposto para representar a academia minhota, confessando que não conseguiu conter uma gargalhada. “Parti-me a rir”, lembrou. O antigo reitor deixou também fortes elogios ao bracarense Luís Novais, ele que cumpriu três mandatos consecutivos à frente da AAUM (1988-1991). Pelo meio incrementaram-se ainda grupos culturais e foi criada a Fundação AAUM.
Profissionalmente, Luís Novais teve uma incursão de investigação na área da História, foi adjunto do ministro da Educação e ainda empresário na área das tecnologias da informação e comunicação. Vive há vários anos no Perú, onde é correspondente do Expresso, escritor e tem uma empresa de produção de meios de comunicação.
