Arrendatários do Mavy garantem que têm contrato válido e vão “até ao fim”

Ana Morgado, arrendatária da cafetaria e galeria de arte em Braga, que, alegadamente, recebeu uma acção de despejo por parte da CRIAT Imobiliária, garantiu à RUM que o contrato que tem “é válido”. “O contrato foi celebrado com os herdeiros Braga da Cruz, em 2012, e esse contrato mantém-se válido, porque é de 25 anos”. Ora a arrendatária, garantiu ainda à Universitária que, “desde 2017″, lhes foi comunicado “por agentes de execução que o novo proprietário era a CRIAT, fazendo acompanhar um NIB (Número de Identificação Bancária). “É para esse NIB que temos feito as transferências todos os meses, ainda fiz uma no dia 28 do mês passado”, sublinhou.

Em causa está a legalidade do contrato de arrendamento. Ora Hugo Pires, sócio minoritário da CRIAT imobiliária, diz que há uma notificação por parte do Tribunal a alguém que não tem contrato de arrendamento. Ana Morgado garante que tem contrato válido por 25 anos.

A arrendatária contradiz novamente a versão de Hugo Pires, também antigo vereador em Braga, e garante que se reuniu, “pelo menos três vezes”, com representantes da imobiliária, “mas as propostas apresentadas eram absurdas”, apontou. “Eram propostas de aumento de renda e diminuição do prazo de contrato”, confirmou à RUM.

Os arrendatários, Ana Morgado e o irmão Filipe Morgado, não estão dispostos a ceder e dizem que “vão recorrer para onde tiverem que recorrer”. “Vamos até ao fim”, frisou.

Segundo Ana Morgado, a empresa pretende abrir um negócio de Alojamento Local e, à RUM, garantiu que “um dos funcionários (da imobiliária) disse que a CRIAT ia fazer um hotel lá”. “Em outra ocasião, outra pessoa esteve no espaço, pediu para ver, e disse-me todos os pormenores do novo projecto. A pessoa tinha o projeto nas mãos”, garantiu. Versão, mais uma vez, diferente da de Hugo Pires, que diz que o espaço vai ser para habitação. 

A RUM sabe que formalmente a decisão do Tribunal ainda não foi comunicada aos arrendatários, e que por isso mesmo o espaço comercial mantém o normal funcionamento.