Assistentes do Hospital de Braga em protesto contra o Governo

Cerca de 50 trabalhadores do Hospital de Braga concentraram-se hoje à porta da unidade de saúde em protesto contra a falta de aplicação do Acordo Colectivo de Trabalho pela parte do Governo. Os trabalhadores, a maioria assistentes operacionais, exigem a revisão do seu contrato de trabalho, após a transição do Hospital de Braga do regime de gestão de Parceria Público-Privada para Entidade Pública Empresarial (E.P.E.). O protesto vai culminar numa greve, marcada para o dia 30 deste mês, junto ao Ministério da Saúde, revelou esta tarde Orlando Gonçalves, dirigente do Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Norte.
O sindicalista acusou o Governo de “não aplicar o Acordo Colectivo de Trabalho a um hospital que é E.P.E desde o dia 1 de Setembro”. O acordo implica que os trabalhadores ganhem o mesmo e trabalhem o mesmo número de horas que os funcionários dos restantes hospitais públicos.
“O que acontece aqui em Braga é que temos trabalhadores que foram contratados, a tempo parcial, pela anterior administração – Grupo Mello Saúde – para trabalharem 35 horas por semana e a receberem 519 euros brutos, sujeito a descontos. Nos hospitais E.P.E. a situação é outra: os funcionários recebem 635 euros nas 35 horas”, apontou o sindicalista, assinalando que a situação “gera enormes desigualdades e discriminação”.
Em breve, referiu o sindicalista, será convocada uma greve para o dia 30 deste mês junto ao Ministério da Saúde. O motivo, disse, é “que a situação actual dos trabalhadores não faz sentido e a resposta da ministra da Saúde é que, tendo em consideração o período eleitoral, não se irá decidir nada e que fica para a próxima legislatura”.
Trabalhadores desiludidos com aparente falta de compromisso do Governo
Márcia Prata foi uma das funcionárias esta tarde em protesto. A assistente operacional referiu que é colaboradora do Hospital há 17 anos e recebe actualmente 600 euros por 40 horas de trabalho semanal.
“O Grupo Mello entrou e perdemos imensos direitos. Agora, sendo o Hospital uma E.P.E, estavamos com esperança de termos os direitos que nos fomos retirados. Estamos frustrados e e somos o bicho feio do Ministério da Saúde”.
