Associação Cívica Fórum Bracarense prepara festa dos 20 anos

Surgiu em 1998 na cidade de Braga “para responder a um défice de opinião que havia em Braga”, mas nos dias de hoje, a Associação Cívica Fórum Bracarense é mais conhecida pelo seu grupo na rede social Facebook. Diariamente, ligadas a este fórum na internet estão mais de 12.500 pessoas, que discutem o dia-a-dia da cidade, mas também a actualidade nacional e internacional. Os diálogos nem sempre seguem as regras de conduta, e muitos comentários transformam-se numa verdadeira batalha virtual. No entanto, em 1998 a realidade era outra, e, José Ferreira, um dos fundadores da Associação Cívica Fórum Bracarense, admite que se cumpriam de forma mais aproximada os objectivos de “debater a cidadania, a cultura, a ciência, o desporto e análise de tudo o que está relacionado com a cidade”. Ainda assim, considera que este fórum, “provavelmente o mais interactivo e participado do espaço cibernético local tem sido mais positivo do que negativo”. “As redes sociais também têm esta vertente, nós não controlamos quais são as motivações verdadeiras de quem adere ao grupo”, lembra José Ferreira que considera o resultado é “positivo”. No próximo ano regressam em força aos debates na cidade.
No ano de 1998 nasceu esta Associação Cívica através de um conjunto de pessoas de vários quadrantes políticos, de independentes, sindicalistas e empresários “preocupados essencialmente com a cidade e com o futuro do concelho”, descreveu um dos fundadores. Foi motivada para “responder a algum défice de opinião que havia em Braga” e também “por resposta aos referendos que na altura foram lançados pelo governo central, nomeadamente quanto à regionalização e mais tarde quanto ao referendo do aborto”, acrescenta José Ferreira. A Associação Cívica pretendia “debater a cidade, debater o concelho e fazer tertúlia”, e nos primeiros anos desempenhou essas funções com eventos na sede do sindicato dos bancários do Norte, na sede da junta de freguesia de S. Victor e em espaços públicos. José Ferreira recorda uma audiência com D. Jorge Ortiga, ainda Bispo, para denunciar “a situação em que estava o Bom Jesus”, através de posições públicas que “na altura tiveram eco na comunicação social local”.
Registo fotográfico disponibilizado pela Associação à data da formalização da mesma (1998)
José Ferreira sublinha que o fórum mantém um estado de espírito livre, preocupado com a qualidade de vida da cidade e considera que a Câmara Municipal de Braga, tanto no tempo de Mesquita Machado como de há quatro anos a esta parte com Ricardo Rio “não tem sido indiferente” às questões que uma série de cidadãos vai colocando no fórum.
A cultura é outra das preocupações deixada pelos fundadores: “A agenda cultural de Braga, no passado como agora é uma agenda que não é completamente aberta. É um espaço que deveria ter uma outra abrangência”, defendeu.
Em 2018 a associação ” volta à rua mais virada para fazer iniciativas que envolvam mais a cidade” – José Ferreira
No próximo ano, a Associação Cívica Fórum Bracarense assinala o vigésimo aniversário com um programa que visa promover o debate na cidade, “saindo” das redes sociais e regressando ao terreno e ao contacto pessoal para discutir diferentes assuntos. Segundo José Ferreira, “além do segundo encontro internacional de músicos e animadores de rua, a Associação irá convidar músicos e artistas da Galiza”. Destaque também para “uma agenda de conferências e tertúlias e um debate alargado sobre as matérias que preocupam os bracarenses”.
Em breve, os órgãos sociais da Associação cívica Fórum Bracarense serão reformulados.
