Atletas paralímpicos com bolsas iguais a olímpicos em 2021

Depois do chumbo da proposta de equiparação em Novembro passado, o presidente do Comité Paralímpico de Portugal (CPP) manifestou esta sexta-feira confiança de que até ao ciclo de Paris -jogos paralímpicos acontecem em França em 2024- os atletas olímpicos e paralímpicos portugueses consigam apoios financeiros semelhantes.

Esta manhã em Braga, no congresso do Comité Paralímpico de Portugal, José Manuel Lourenço disse estar convicto desta aproximação de apoios a médio prazo. “Estamos a caminhar no sentido da aproximação da equiparação entre as duas dimensões e estou convencido que para o ciclo de Paris isso já estará concretizado”, admite. Em 2021 o CPP já terá bolsas de nível 1 iguais ao nível de excelência do olímpico. O comité tem “expectativas muito boas” e o presidente assinala também a “vontade política” para chegar onde se pretende.

A disponibilidade foi reforçada pela secretária de Estado da Inclusão das Pessoas com Deficiência, Ana Sofia Antunes. “Tem de haver um nível de justiça na atribuição de bolsas. Foi possível encontrar termos para alcançar essa equiparação para o ano de 2021” revela.

Desporto para todos foi “uma visão assumida pelo Governo”. Nas palavras da secretária de Estado, as escolas têm um papel fulcral na integração que “deve começar desde tenra idade, de raiz, promovendo o desporto junto das crianças”. O secretário de Estado da Juventude e Desporto, João Paulo Rebelo também esteve pela Universidade Católica. O representante do Governo afirma que o país está a viver um novo momento no que respeita ao desporto paralímpico e referiu o sinal dado pelo poder central.

O programa de preparação paralímpico para Tóquio 2020 representa um aumento de 84% face aos jogos anteriores que se realizaram no Rio de Janeiro. São 6,9 milhões de euros para a preparação até Tóquio enquanto que no ciclo anterior eram 3,8 milhões de euros, recorda o governante. João Paulo Rebelo considera que todo o apoio ao desporto adaptado em Portugal “tem conhecido significativas melhorias”.

África solicita ajuda a Portugal

“Impactos e Desafios da Inclusão Desportiva” é o tema do congresso que decorre até amanhã, em Braga. O presidente do CCP afirma que esta é uma forma de aprofundar o processo de inclusão desportiva.”Esta conferência é excelente para que possamos debater o que foi feito nos últimos quase dez anos. É necessário identificar onde e como melhorar, mas também analisar o progresso. A CPP começou apenas com o remo, vela e equestre. Actualmente são 33 federações desportivas”, frisa.

Portugal havia sido destacado pelo presidente do Comité Paralímpico Internacional (CPI), Andrew Parsons como um dos países com maior evolução na integração desportiva. Hoje, voltou a referir o país como um exemplo de cidadania e inclusão social. Para Parsons, Portugal pode até ser uma ajuda importante para outros países de língua oficial portuguesa conseguirem melhorar o desempenho no desporto paralímpico.

“Estou muito feliz com este novo momento do desporto paralímpico em Portugal. Vou sair daqui e levar para o mundo Portugal como um grande exemplo. A ideia é que que haja uma estratégia de desenvolvimento usando as comunidades de língua portuguesa, e parece-me natural que Portugal lidere esse processo”, revela.

Ajuda e reconhecimento do desporto adaptado em África foi o pedido de Leonel Rocha Pinto a Portugal. O presidente do Comité Paralímpico Africano (CPA) vê na conferência uma boa oportunidade para levar experiências necessárias para os 54 países que compõem o continente africano. O CPA tem “batalhado pela inclusão”, pois em África o desporto adaptado “ainda é um grande desafio”.

“Gostaríamos de preparar os próximos jogos paralímpicos com uma grande quantidade de atletas. Para isso, contamos com o apoio de Portugal e do CPI. África quer conquistar o seu espaço e aparecer em pé de igualdade com outros continentes já nos jogos de Tóquio”.