AVC não reúne apoios financeiros para participar nas competições europeias

Depois de quatro épocas consecutivas a marcar presença na Taça Challenge, a equipa de voleibol feminino do Atlético Voleibol Clube (AVC) não vai competir esta temporada na prova europeia devido a questões monetárias. A garantia foi dada pelo presidente Rui Martins no programa “RUM(O) Desportivo”, emitido na última sexta-feira.
Nem o Leixões, campeão nacional, nem o emblema de Famalicão, segundo classificado em 2018/2019, vão participar nas competições internacionais. Só o Clube K, que ficou no último lugar do pódio, é que o vai fazer. No caso do AVC, apesar de ter “direito próprio” de seguir para mais uma caminhada europeia, Rui Martins adianta que o clube “não reuniu condições financeiras para esse passo” e que, por isso, decidiu “enveredar por outro tipo de gastos”.
Na última época, o emblema famalicense eliminou o Aguere Tenerife e chegou pela primeira vez aos 16 avos-de-final da Taça Challenge – a terceira competição mais importante a nível de clubes, a seguir à Liga dos Campeões e à Taça CEV -, tendo sido afastado pelo Ladies in Blach Aachen, da Alemanha.
Apesar desse feito, o presidente do AVC alerta para os custos que o clube teve de suportar para marcar presença na prova. “A ida às competições europeias foi sempre concretizada pelo clube com muito esforço”, refere. No último ano, a direcção despendeu 21 mil euros só para participar na prova, que foi um dos motivos para que o clube tivesse um défice de 48 mil euros no final da temporada e para que existisse uma redução de 35% do orçamento para esta época, com o valor a rondar agora os 110 mil euros.
Já Vítor Oliveira, treinador da equipa pela segunda época consecutiva, não esconde que, por um lado, é “difícil as jogadoras perceberam” a razão de não poderem participar numa competição para a qual se qualificaram. Por outro, garante que há sempre a preocupação de “explicar as situações pelas quais o clube passa e daquilo que é capaz de oferecer”.
Apesar dessa situação, a capitã de equipa, que no último Verão envergou a braçadeira ao serviço de Portugal na primeira presença da selecção num Campeonato da Europa, refere que “as atletas sentem-se em casa” no AVC, apontando para o objectivo de lutar pelos títulos nacionais. Além disso, espera “um ano mais tarde” poder voltar às competições europeias pelo AVC e “passar os 16 avos-de-final”.
“Acho que uma recandidatura da minha parte é negativa para a evolução do clube”
Rui Martins adiantou também que a sua vigência como presidente estará perto do fim. À frente dos destinos do clube desde 2014, contando com outra passagem entre 1998, ano da fundação, e 2006 pela estrutura directiva, considera que “está há demasiado tempo” no cargo e que é “preciso gente diferente” a comandar o AVC no futuro.
“Acho que uma recandidatura da minha parte é negativa para a evolução do clube”, afirma. Apesar de querer abandonar a presidência, assegura que vai estar disponível para “ajudar o clube de outra forma”. O segundo mandato de Rui Martins termina em 2020, altura em que serão marcadas novas eleições.
