Ballet “é uma arte, não basta saltar”

Diana Sá Carneiro é professora de Ballet na escola bracarense Ent´Artes. Em conversa com a RUM, a propósito do Dia Mundial da Rádio, este ano dedicado ao Desporto, a professora falou sobre a origem desta modalidade que, ao contrário do que se pensa, nasceu em Itália mas, rapidamente se desenvolveu em França, daí que o seu vocabulário universal esteja escrito em francês.
A professora realça que o Ballet não se trata de uma modalidade desportiva mas sim de uma arte porém, devido ao árduo trabalho físico dos bailarinos, acontece esta confusão. “90% das horas dos bailarinos são passadas em estúdio, não num ginásio, onde têm aulas de repertório, jazz, pilates”, entre outras. Trata-se de uma evolução técnica “não basta saltar, é uma arte e tem de ser interpretada”, especificou.
A escola Ent’ Artes existe há cerca de 6 anos e desde o seu nascimento faz por marcar presença em várias competições. Segundo Diana Sá Carneiro “é uma maneira dos alunos entrarem em contacto com júris e receber críticas construtivas para ajudar no seu crescimento como bailarinos. Para além disso, observam o trabalho uns dos outros o que desenvolve a sua própria noção crítica”, garante.
Estes são aspectos essenciais, até porque “neste momento o Ballet está num nível muito elevado”, sublinha.
Estes pequenos artistas já têm bem definido na sua cabeça a vontade de serem bailarinos profissionais. A professora realça a importância do apoio das escolas por exemplo, para facilitar a alteração de um teste. No caso de terem tardes livres estes jovens estão cientes que esse tempo é preenchido com aulas de ballet, “são sacrifícios necessário para a realização de um sonho”.
Apesar da ideia generalizada de que o ballet é uma modalidade apenas para raparigas, a professora desabafa que espera que esse estereótipo esteja a desaparecer, uma vez que “o ballet é feito pelos dois sexos”. A Ent’Artes tem um rapaz por cada turma, um número interessante em comparação com outras academias, considera Diana Sá Carneiro.
No que toca a apoios, a professora assegura que este é um ponto fulcral. “Felizmente temos algum apoio”, mas “não é o suficiente”. Alguns alunos conseguem ajudas a nível particular para conseguir permanecer na modalidade que pode ser muito dispendiosa.
Áudio:
A professora fala sobre as características de um bailarino que pretende ser profissional
