BE de Braga junta-se à greve feminista internacional

Há temas em que os números são sempre mais elevados do que o que seria desejável. A violência doméstica é um deles. Em Portugal, já morreram, desde o início do ano, 12 mulheres vítimas de agressão por parte dos companheiros.

No dia Internacional da Mulher, a Rede 8 de Março, constituída por diferentes entidades, desde associações, sindicatos ou partidos políticos, sai à rua, numa greve feminista internacional, pela primeira vez em Portugal, para mostrar solidariedade às vítimas e manifestarem-se em várias cidades. Braga associa-se à causa, contando com o apoio da comissão coordenadora concelhia do Bloco de Esquerda, com uma concentração, às 17h30, na Praça da República.

Esta greve resulta de um amplo consenso entre várias que consideram a questão da igualdade de género premente e a violência na intimidade e o femicídio preocupantes e graves.

Aos microfones na RUM, Alexandra Vieira, da comissão coordenadora concelhia do Bloco de Braga, alerta para os 6 eixos estruturantes da acção: greve laboral, greve estudantil, greve aos trabalhos domésticos e greve ao consumo.

A bloquista alerta ainda para a urgência da greve devido ao número de mulheres assassinadas. “A questão da justiça e do femicídio torna esta greve urgente”, apontou.

Alexandra Vieira considera ainda “fundamental uma chamada de atenção para a sociedade portuguesa para a questão da violência doméstica e do femicídio”.

“A proposta da Rede 8 de Março é envidar esforços no sentido de quem trabalha com as questões da violência doméstica e femicídio, sejam eles juízes ou assistentes sociais, tenham uma outra sensibilidade para atemática e que, dentro do possível, tudo o que é preconceito e valores que não são coadunáveis com a igualdade de género e não favoreçam a luta contra a violência doméstica devem ser degolados para quem trabalha com estas realidades”, afirmou.

A Rede luta ainda pelo afastamento dos agressores imediatamente após a apresentação da queixa e pela proteção por parte das forças de segurança. Neste sentido, o BE de Braga, na voz de Alexandra Vieira, frisa a necessidade de que “a queixa, logo no primeiro instante, seja tida em consideração de forma séria”. É preciso que “a mulher sinta que não fica ainda mais em risco por ter tido coragem de fazer a queixa”, alerta, chamando ainda a atenção para a protecção da vítima, “não facilitando a vida ao agressor”.

“Porque razão a mulher, sendo vitima de violência domestica, é ela e os filhos que têm que abandonar o lar? Há um conjunto de questões que se levantam e é importante a sociedade reflectir sobre isso”, questionou a bloquista.

“O apelo que a Rede 8 de Março faz às mulheres é que venham para a rua, venham ocupar o espaço público, que tem sido masculino e que de ora avante tem que passar a ser feminino, digam de sua justiça e mostrem o seu descontentamento pela permanente desigualdade de género e do quão importante é as mulheres manifestarem-se a favor da igualdade de género e pelo fim da violência doméstica e do femicídio”, apelou Alexandra Vieira.

Áudio:

Alexandra Vieira, do Bloco de Esquerda de Braga, a demonstrar o apoio da concelhia à Rede 8 de Março, na luta pela igualdade de género e pelo fim da violência doméstica

Liliana Oliveira
Liliana Oliveira

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