BE propõe Cimeira Regional para CIM’s redefinirem estratégia

“A regionalização seria um instrumento fundamental para existir uma estratégia fundamental em termos de mobilidade”. A ideia é defendida por Pedro Soares, deputado eleito por Braga do Bloco de Esquerda, que esta quinta-feira esteve reunido com o director executivo da CIM Cávado, Luís Macedo.

Pedro Soares diz que a reunião “veio confirmar as suspeitas do Bloco relativamente à discriminação do território na atribuição das verbas referentes ao Plano de Apoio à Redução Tarifária (PART) e às suspeitas que tínhamos de que esta medida se dirigiu essencialmente para as Áreas Metropolitanas”. “Há uma grande discrepância entre verbas na Área Metropolitana de Lisboa (AML) e Área Metropolitana do Porto (AMP) e o resto do território. Na AML, foram deslocados 26,41 euros por habitante para a redução tarifária, no Porto 8,80 euros e para as restantes CIM’s 2,89 euros”, enumerou o bloquista, que considera haver “um prejuízo dos utentes de transportes públicos de regiões como Braga”.

Da reunião, o bloquista diz que o timing apertado obrigou os municípios a ir pelo caminho mais simples, uma vez que “o despacho sai a 4 de Fevereiro e o Governo coloca 1 de Abril como meta para a aplicação”. “A CIM Cávado diz que não havia estudos, nem meios técnicos para a aplicação do Plano e a articulação entre CIM’s, municípios e AMP praticamente não existiu. Os municípios foram pela via mais simples, já tinham uma rede de transportes escolares montada, tinham já um subsídio e, por isso, foi apenas reforçar esse subsídio”, justificou.

Da reunião do Bloco de Esquerda com a CIM Cávado, Pedro Soares salientou ainda a “grande incapacidade da CIM para enfrentar este problema”.

 “Falta a regionalização para que haja uma estratégia para a mobilidade”

“Achamos que isto é inconcebível, temos um país com duas velocidades. Na prática falta a regionalização para que haja uma estratégia para a mobilidade, fundamental para os custos das pessoas e na perspectiva ambiental e de incentivo à utilização de transporte público”, afirmou.

O Bloco deixou ainda a sugestão à CIM Cávado para que se promova uma Cimeira Regional, “com toda a urgência”, entre os responsáveis da “CIM Cávado, Ave e Alto Minho e AMP” para traçar uma estratégia diferente no próximo ano. 

“A CIM do Alto Minho ainda nao conseguiu aplicar as verbas, a CIM do Cávado pegou no dinheiro e dividiu-o pelos municípios e cada um que resolva o seu problema, e na CIM Ave a informção que temos é que ainda estão a ver o que hão-de fazer, quem teve um avanço foi a AMP”, apontou o deputado. O Bloco diz ainda ser “inconcebível que a CP nao forneça os dados da procura da linha que abrange estas regiões, que envolve cerca de 30 mil pessoas, e que não se tenha ainda sentado com as CIM para procurar um caminho para um passe intermodal, que reduza o valor gasto em viagens”.

Os bloquistas defendem ainda que se cumpra “o objectivo do PART, ou seja, que a redução tarifária pudesse ser executada nos agregados familiares, onde o custo dos transportes tem mais peso no orçamento”.

Recordo que a CIM Cávado recebeu 1,6 milhoes de euros para a plicação do Plano de Apoio à redução tarifária, enquanto a Area Metropolitana de Lisboa recebeu cerca de 73 milhões e a do Porto 15 milhões.