BE quer realojamento dos habitantes do bairro do Picoto

O Bloco de Esquerda quer que as famílias do Complexo Habitacional do Picoto sejam realojadas e integradas na cidade.

A degradação do bairro, com o perigo de aluimento e falta de iluminação e transportes públicos, levou o Bloco de Esquerda a questionar a secretaria de Estado da Habitação.

Os bloquistas sugerem que, em diálogo com a Câmara Municipal de Braga, se consiga o realojamento das 47 famílias que ali habitam.

“Neste momento, existem programas, nomeadamente um que se designa ‘1.º Direito’, da administração central de apoio ao realojamento das famílias com graves carências habitacionais”, apontou Pedro Soares. O Bloco quer que “a secretaria de Estado da Habitação articule com a Câmara Municipal de Braga para encontrar uma solução urgente e um modelo de financiamento que permita o realojamento daquelas famílias e a sua integração na malha urbana da cidade”.

A Câmara, recordou Pedro Soares, apresentou inicialmente como sugestão o realojamento, mais recentemente defende como solução a requalificação.

No entanto, o Orçamento Municipal não inclui o bairro do Picoto no âmbito das requalificações previstas.

Ora, Ricardo Rio já havia dito que o bairro não estava elegível para os fundos do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano, já que, formalmente, não é propriedade da câmara, mas sim da arquidiocese.

Pedro Soares considera que a questão da propriedade não é um entrave ao realojamento da população.

“A responsabilidade do bairro é da BragaHabit, porque é ela que recolhe as rendas. Sobre o problema da propriedade essa não é a questão que se coloca no imediato. A Câmara e a Arquidiocese terão oportunidade de dialogar e conversar e resolver esse problema”, afirmou o deputado.

Para Pedro Soares, a prioridade passa pelo “realojamento das pessoas”, um problema que considera “independente da questão da propriedade”.

O deputado do Bloco visitou o bairro e alerta para a degradação habitacional visível, com “uma correnteza de casas com risco de aluimento, notando-se já fracturas até no alcatrão”.

“O bairro está completamente isolado, sem comunicações, não tem iluminação pública e a Câmara não tem um serviço de recolha de lixo com regularidade”, acrescentou. As condições, alertou o deputado, afectam já a saúde dos habitantes. 

O bloquista diz que é vontade dos habitantes do bairro abandonar o local e integrarem-se na vida social da cidade. “Eles preferem ser espalhados pela cidade, querem integrar-se na vida da cidade, querem que as suas crianças frequentem as várias escolas e pretendem ter melhores condições de habitabilidade, porque aquelas, de facto, são muito más”, apontou.

O Bloco espera agora uma resposta da secretaria de Estado da Habitação quanto à possibilidade de realojar a população do Complexo Habitacional do Picoto, que considera um gueto da sociedade bracarense. “É um local estigmatizante, sem condições, que os isola do resto da vida da cidade”, finalizou o deputado do Bloco.

“Apenas obras”, defendem, “não resolve a situação”. 

Liliana Oliveira
Liliana Oliveira

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